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ONS: não há sistema imune a blecautes

18 de novembro de 2009 - 00:00

O diretor-presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, assegurou nesta terça (17) que não houve falhas, sejam operacionais ou de manutenção dos equipamentos no blecaute que atingiu 18 estados no último dia 10. Segundo ele, não há nenhum sistema imune a esse tipo de problema. “Não há sistema no mundo imune a blecautes. O que nós queremos é cada vez mais pegar essa experiência, olhar a leitura do sistema por meio do disparo dos nossos oscilógrafos, que são as nossas caixas-pretas, para poder criar as propostas, as recomendações, para minimizar o efeito dominó e o tempo de recomposição”, disse.

Chipp, disse ainda que a causa do blecaute não é o mais relevante. “O relevante é você minimizar o efeito. O fundamental para a sociedade é você, com causas similares a essa, minimizar o efeito”. As medidas em estudo objetivam “mitigar o efeito dominó”, uma vez que não é possível evitar a realização de eventos similares. A princípio, o ONS está trabalhando com duas hipóteses para o curto-circuito com descarga elétrica que provocou o apagão: condições climáticas desfavoráveis e descarga elétrica. “Pode ter outras. Essas são as que a gente consegue ventilar”, afirmou Chipp.

A primeira hipótese em análise são condições meteorológicas adversas, que englobam descargas atmosféricas, popularmente chamadas de raios, acompanhadas de chuvas e ventos intensos. O desligamento das linhas pode se dar com uma descarga atmosférica. “É uma hipótese”. A capacidade dos equipamentos de suportar as tensões elevadas foi reduzida e pode ter rompido o isolamento, gerando uma descarga elétrica, o que dá o curto-circuito.

“A outra hipótese, devido ao fenômeno curto-circuito da forma como foi, praticamente simultâneo, um monofásico evoluindo para trifásico, é que as elevações da voltagem nas fases sãs podem ter sido superiores à tensão de suportabilidade do isolador. Aí, você reduz a suportabilidade, que causa a descarga elétrica, atinge o condutor e provoca o curto”, informou o diretor-presidente do ONS.

O desligamento triplo das linhas de transmissão de Itaipu pode ser caracterizado como uma eventualidade que não poderia ser evitada, comentou Chipp. O ONS foi informado das condições climáticas adversas pelo Instituto Tecnológico do Paraná (Simepar) às 13h30 do último dia 10. Não recebeu, contudo, a informação do Simepar de que as condições seguiam desfavoráveis às 22 horas, disse Chipp.

Presidente do grupo de 12 países maiores operadores do mundo, Hermes Chipp insistiu que não há nenhum país, mesmo os mais ricos, que desenvolva um sistema de planejamento redundante para suportar esse tipo de fenômeno. “É extremamente antieconômico e a sociedade não suporta”. Segundo Chipp, o modelo de planejamento do setor elétrico no Brasil é bom. Os investimentos feitos em transmissão de 1999 para cá atingem cerca de R$ 25 bilhões. “Não é esse o problema”, disse.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico pretende entregar na próxima segunda-feira (23) ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um relatório consolidado sobre o blecaute de energia ocorrido no último dia 10, que afetou 18 estados brasileiros. O documento será em seguida discutido com especialistas de todo o país, responsáveis pela formação dos profissionais do setor.

O relatório engloba as causas do blecaute, o efeito dominó, esquema de controles automáticos e o tempo de recomposição, revelou Hermes Chipp. Ele estará disponível a todos que estiverem interessados, como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU) que já solicitaram o documento, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

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