PF prende ex-diretor da Petrobras em operação que investiga lavagem de R$ 10 bilhões
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras. Costa é suspeito de envolvimento com integrantes de uma quadrilha de lavagem de dinheiro. Pelas informações da polícia, ele foi presenteado com um Land Rover pelo doleiro Alberto Youssef. Na casa dele, foram apreendidos R$ 700 mil e U$ 200 mil durante a operação Lava-Jato, na segunda-feira.
Costa foi preso porque estaria destruindo provas da suposta ligação com o doleiro. Os documentos seriam da consultoria aberta por ele cinco meses depois de deixar a Petrobras, em 2012, a Costa Global Consultoria & Brasilinvest Oil, Gas and Biofuels. O vice-presidente da área jurídica do Brasilinvest, Antônio Garnero, afirmou nesta quinta-feira que o banco não tem qualquer sociedade com Paulo Roberto Costa. Segundo ele, o banco tentou criar a empresa Brasilinvest Oil, Gas and Biofuels em parceria com Costa, mas o negócio não prosperou. Costa foi preso por estar destruindo provas da suposta ligação dele com Yousseff. Entre os papéis, estariam documentos relativos a Brasilinvest Oil.
— Conversamos como Paulo Roberto para abrir a empresa (Brasilinvest Oil). Só que o negócio não foi à frente. Não se chegou a um acordo — disse Garnero.
Segundo o jornal “Valor Econômico”, o ex-diretor da Petrobras é também investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela estatal brasileira. Ele chegou a ser intimado com o ex-diretor de Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, para esclarecer por que a estatal brasileira adquiriu em 2006 a refinaria, que causou prejuízos da ordem de US$ 1 bilhão.
Youssef foi um dos personagens da CPI do Banestado em 2005, quando afirmou em depoimento que pagava propina aos diretores do Banco do Estado do Paraná para ter facilidades na remessa de dinheiro ao exterior por meio de contas CC-5. Ele havia conseguido o benefício da delação premiada e, por isso, estava em liberdade.
O ex-diretor saiu por volta das 16h10 da sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio, e seguiu para o Instituto Médico Legal. No local, ele fez exame de corpo de delito e saiu em menos de 15 minutos para o presídio Ary Franco, em Água Santa, onde deve passar a noite e permanecer até uma decisão judicial definir seu destino.
Na operação, a polícia investiga organizações de quatro doleiros suspeitas de movimentar R$ 10 bilhões de forma atípica nos últimos anos.