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População de Araçatuba quer pagar IPTU em juízo para exigir conserto das ruas

24 de março de 2011 - 13:35

Não é só em Marília que o pagamento de IPTU (Imposto Predial Territorial e Urbano) gera polêmica e inspira a população a fazer pressão contra a Prefeitura cobrando atenções específicas. Em Araçatuba, o mesmo imposto municipal tem servido como meio para cobrar da municipalidade ações mais efetivas em benefício da população quanto às suas prioridades.

Conforme publicou no início da semana o jornal O Estado de São Paulo, a população da cidade que fica a cerca de 180 km de Marília vem se mobilizando através de adesivos de protesto, manifestações públicas, reclamações na internet, roteiros de fuga e até briga na Justiça para depositar o valor do IPTU em juízo. Os araçatubenses  estão usando todas as armas para conseguir que a Prefeitura cumpra uma obrigação: tapar os buracos que tomam conta das ruas da cidade.

De acordo com a reportagem, a reclamação contra os buracos tem ao menos cinco anos e foi tema principal das últimas eleições municipais. Em 2007, 150 moradores protocolaram abaixo-assinado na prefeitura e em 2008 um inquérito foi aberto no Ministério Público, mas como ambos foram arquivados, eles recorreram, em 2010, com ação judicial. Na última sexta-feira, a Vara da Fazenda Pública rejeitou a ação, que tentava obrigar a Prefeitura a asfaltar as ruas. Os moradores queriam que a Justiça acatasse a ação para depositar o dinheiro do IPTU em juízo.

“Vamos esperar a publicação no Diário Oficial para decidir o que fazer”, disse à reportagem o aposentado Felipe Pipa, líder dos moradores. “O juiz alegou não poder interferir no Executivo. Só nos resta contar com a ajuda de Deus.”

A frase “Visite Araçatuba antes que acabe” está em milhares de carros – foram distribuídos 2,5 mil adesivos. Os moradores também organizaram protestos, criaram comunidades na internet e montaram roteiros de fuga. Mas até agora só conseguiram ganhar ferimentos graves e deixar mais dinheiro nas mecânicas e borracharias da cidade.

A enfermeira Luana Guerzoni saiu de moto para trabalhar na noite de quarta e acabou com duas fraturas no fêmur e deslocamento na bacia. “Saí do meu caminho porque o asfalto estava todo esfarelado, só que na outra rua entrei num buraco e, para desviar, bati na traseira de um carro”, conta. No mesmo dia, outros cinco acidentes causados pelos buracos foram registrados.

Para dar suporte às manifestações, foram usadas páginas no Orkut e no Facebook para postar fotos dos buracos e frases contra o prefeito Cido Sério (PT).

O problema é tão grande que montar uma borracharia na cidade se tornou um bom negócio. “Meu movimento melhorou muito nos últimos anos, com o aumento dos buracos. Antes, atendia dez clientes por dia; hoje, chega até a 15 ou 20. Se estiver chovendo, atendo muito mais”, conta o borracheiro Paulo Cesar Rodrigues.

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Fonte: http://bit.ly/gFAX2x  

 

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