Povo ausente

O desinteresse das pessoas pela política colabora muito para a situação que encontramos hoje. Com raras exceções, as atividades camarárias têm pouca participação dos cidadãos. Não porque seja proibido entrar no plenário ou na galeria do prédio legislativo. Pelo contrário, trata-se de local público que deve ser constantemente visitado pelas pessoas, assim como reza a democracia. Porém, a “casa do povo” tem cada vez menos participação popular de forma efetiva e muitas vezes não vemos grupos politizados com objetivos definidos, mas sim o que se chama de massa de manobra, geralmente usada por algum “poderoso chefão”.

Na semana passada acompanhamos a aprovação de projeto de lei para instituir uma nova forma de cobrança da taxa de iluminação. Sem pressão popular, a maioria da base governista não teve trabalho em ratificar a proposição da Prefeitura. Sequer foi discutida a nova cobrança com a população e ao invés de pagar até R$ 4,70, agora os contribuintes terão embutidos em sua conta de energia elétrica, a partir de janeiro de 2014, até R$ 28,90 – de acordo com o consumo em kW/h. E assim acontece com diversos temas polêmicos. O problema é que depois que o projeto é aprovado e a lei sancionada pelo Executivo não adianta reclamar. Isso porque a legislação já estará adequada e sendo seguida. O engajamento de pessoas em movimentos sociais é fundamental para mudar a realidade e evitar atos, no mínimo, duvidosos. Com a fiscalização popular, ficam mais difíceis estas práticas por parte dos políticos.

Com a ausência do povo no Legislativo e no Executivo, o caminho fica livre para as práticas muitas vezes imorais, mas legais por conta de legislação vigente. Portanto, deixe de ficar somente falando mal de político e faça algo para mudar. Acompanhe as sessões da Câmara de sua cidade, leia o Diário Oficial, fiscalize, denuncie. É o seu direito e o verdadeiro papel de um cidadão. Olho vivo!

Editorial do Jornal da Manhã – 26/11/2013