Notícias

Busca

MATRA

Promotor mariliense atua na investigação de improbidade de ex-secretário estadual

01 de março de 2013 - 13:45

O promotor mariliense Nadir de Campos Júnior, filho do ex-vereador presidente da Câmara de Marília e advogado Nadir de Campos, é quem está conduzindo as investigações envolvendo o deputado federal e ex-secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita (PMDB). O autor das denúncias contra Chalita é o analista de sistemas Roberto Grobman, que entregou um CD com documentos digitalizados que comprovariam improbidade do ex-secretário de Educação.

Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, no CD estão cópias de e-mails e números de contas bancárias por onde teriam transitado valores em favor das empresas Valverde Audio e Vídeo e Foneplan Comércio. A primeira, afirma Grobman, instalou automação no apartamento de Chalita e recebeu US$ 79.723 no exterior, na conta 005498139630 do Bank Of América. O valor, disse Grobman, saiu de duas contas de uma offshore do empresário Chaim Zaher, do Grupo COC, no Safra National Bank de Nova York e de Miami.

A Foneplan recebeu R$ 93.237 no Brasil para fornecer telões. "Foi propina para Chalita, que prometeu contratar empresas do COC para prestar serviços à Fundação para o Desenvolvimento da Educação ou para a própria Secretaria de Educação”, declarou Grobman.

Ainda de acordo com a reportagem do jornal Estadão, Grobman também entregou cópias de e-mails que ele próprio encaminhou em novembro de 2003, dias 7 e 12, a Paulo Barbosa, então secretário-adjunto de Educação do governo Geraldo Alckmin. As correspondências se referem à “compra de produtos de segurança” para Chalita, incluindo “gravata com câmera embutida, sem fio e com receptor”, peça cotada em US$ 575, além de um telefone celular com câmera transmissora embutida ao preço de US$ 595. No e-mail, Grobman pede autorização de Paulo Barbosa para efetuar a aquisição.

Segundo o promotor mariliense, há "fortes indícios" de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito contra Chalita. Ele explicou ainda que pretende investigar acusações de que o parlamentar teria recebido pagamentos de empresas quando era secretário de Educação de São Paulo, entre 2002 e 2006. O promotor pedirá aos Estados Unidos o rastreamento do pagamento que teria sido realizado para fornecedor de Chalita. "Isso reforça a perspectiva de enriquecimento ilícito, a partir da compra e reforma do apartamento", disse o promotor.

Conforme Nadir Jr, há indícios de que o grupo educacional COC pagou R$ 600 mil por uma reforma no apartamento de Chalita e que comprou 34 mil cópias de um livro do deputado. Na mesma época, a Secretaria de Educação teria firmado contrato de R$ 2,5 milhões com a empresa.

O delator do caso afirmou ao promotor que a compra dos livros seria um "pedágio" cobrado por Chalita em troca dos contratos. "Se houve violação de regras, esse contrato será considerado nulo", afirmou o promotor. "Se houve irregularidade em R$ 1 sequer, há dano ao erário", declarou o promotor. "Existe um fundo de verdade (nas acusações de Grobman) e eu vou levar essa investigação até as últimas conseqüências, doa a quem doer", ressaltou Nadir Júnior.

Fonte: Correio Mariliense

Comentários

Mais vistos