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Propina não é privilégio de Dourados

08 de setembro de 2010 - 00:00

O escândalo da propina em Dourados, no Mato Grosso do Sul, estourou feito bomba e causou espanto e asco por todo o País. A Polícia Federal prendeu na semana passada 28 pessoas em Dourados por fraude em licitações, corrupção ativa e formação de quadrilha. Entre os presos estão o prefeito da cidade, Ari Artuzi (PDT), a primeira-dama, quatro secretários e nove vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Sidlei Alves da Silva (DEM). No total, foram expedidos 29 mandados de prisão temporária -além de 38 pessoas que obrigatoriamente irão prestar depoimento.


As ações fazem parte da Operação Uragano da Polícia Federal, que tem como objetivo combater os crimes, supostamente chefiados pelo prefeito da cidade.


É hora de arrumar a casa na cidade de Dourados. O juiz do Fórum acaba de assumir a prefeitura desmoralizada por um escândalo político. Na presença dos quatro únicos vereadores que não foram presos pela operação Uragano, da Polícia Federal, o juiz Eduardo Rocha Machado tomou posse sábado de manhã na Câmara de Dourados no cargo de prefeito interino.


A indicação do juiz foi feita pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e, segundo o desembargador João Carlos Brandes Garcia, será válida "enquanto permanecer a inexistência de agente capacitado".


O prefeito interino fica por um período indefinido no cargo. O ministério público indicou o juiz do Fórum como prefeito interino até que o Governo do Estado receba o aval da Justiça para nomear um interventor para o município.


O novo prefeito começou ontem a realizar auditoria em várias secretarias municipais. Para fechar contrato com as empresas, cobravam até 50% do valor da obras. Gravações feitas pela Polícia Federal mostram que os envolvidos recebiam até cheque pré-datado como propina e, muitas vezes a entrega de dinheiro vivo era feita nos banheiros dos gabinetes da câmara municipal.


A Polícia Federal deu exemplo de força no combate ao crime organizado. Mas é preciso lembrar de que a propina não é privilégio de Dourados. Ela existe praticamente em todas as prefeituras e tem muita gente metendo as mãos pelos pés, descaradamente. O enriquecimento ilícito tem sido uma tônica em administrações municipais e nem fica difícil de se constatar, bastando ações rigorosas do Ministério Público e da Polícia Federal, como aconteceu em Dourados. Já tem muito prefeito com a barba de molho! Mas é preciso agir com rigor para retirar essa gente do poder e moralizar a política nos municípios.

 

Fonte – Jornal da Manhã

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