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Quadrilha que desviou dinheiro de hospitais é presa em Sorocaba (SP); diretor era o chefe

17 de junho de 2011 - 09:36
Depois de uma investigação de nove meses, a Polícia Civil de Sorocaba (90 km de São Paulo) desarticulou uma quadrilha que praticava fraudes no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba). Funcionários públicos da saúde são suspeitos de desviar milhões de reais em um esquema de fraudes em licitações e escalas de plantão. Doze pessoas foram presas.
 
Entre os detidos está o diretor do CHS, Heitor Consani, apontado pela polícia como o cabeça do esquema, que era realizado há pelo menos três anos. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, acompanhou o trabalho da polícia.
 
A operação, batizada de Hipócrates em homenagem ao pai da medicina, começou a partir de denúncias dos próprios funcionários do Hospital Regional de Sorocaba, que atende a 48 cidades.
De acordo com o promotor público Wellington Veloso, o esquema contava com funcionários fantasmas. Os profissionais receberiam por plantões que nunca eram realizados.
 
“Há casos de funcionários com vínculos em até quatro hospitais. As pessoas estariam em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que é impossível”, disse. O grupo também realizava fraudes em licitações e desvio de verbas.  “Médicos que nunca estiveram no hospital eram pagos pelo trabalho.”
 
A Secretária executiva do Gaeco (o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Sorocaba, Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, informou que cerca de 40 a 60 pessoas podem estar envolvidas nessa quadrilha.
 
Todos os suspeitos são diretores do hospital, médicos, dentistas e enfermeiros. “Ainda não podemos precisar o valor, mas é certo que esse desvio de dinheiro público está na escala de milhões de reais”, afirma.
Os presos serão mantidos no CPI-7 (Comando da Polícia Militar do Interior). “A prisão temporária é válida por cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco, caso haja necessidade”, disse Maria Aparecida. “Vamos ouvir o depoimento de cada um e tentar descobrir os detalhes do funcionamento desse esquema de fraudes.”
 
O titular da Delegacia Antissequestro de Sorocaba, Wilson Negrão, explicou que não há prazo para o fim das investigações. “Existem muitos documentos para serem analisados, por isso não podemos precisar quando esse caso será encerrado”, diz Negrão. “O que sabemos é que a população estava sendo claramente atingida pela falta de profissionais para o atendimento.”

Fonte: Uol Notícias

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