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Quem é o culpado?

14 de março de 2012 - 10:12

* Felipe Bravo

É bastante natural do ser humano buscar os responsáveis pelos erros. Algumas pessoas acabam fazendo uma análise equivocada de alguns fatos e encontram culpados de forma indiscriminada, colocando-se na postura de juiz, sempre apontando o outro como responsável e dificilmente percebendo ele mesmo como participante naquela ação que resultou em um fiasco.

Estamos saindo do carnaval iniciando no Brasil o ano de 2012. Desejo aqui a todos um excelente ano! É um ano muito importante, como todos os outros, na verdade, mais importante em um aspecto específico, aspecto este que tem nos causado muito repúdio e indignação.

Teremos a oportunidade de mudar muitas coisas na nossa vida pessoal, na saúde, no trabalho, nos sonhos e expectativas, mas como disse anteriormente teremos um ano importante em um assunto muito especial. Eu de certa forma tenho até receio de assustar o leitor com essa palavra e fazê-lo desistir desse texto quando mencionar a mesma, mas não posso mais omitir. A verdade constrói e “vós libertará” e o assunto é esse mesmo, seja forte! POLÍTICA! Fique calmo, não irei falar aqui de forma especial do Deputado, Prefeito, Governador, Senador, Presidente ou Vereador. Creio que de certa forma muitos de nós já estamos cansados de assuntos a esses relacionados.

Analisando bem o cansaço que a maioria das pessoas sente desse assunto, lembro-me de uma teoria da Psicologia e quero compartilhar com você. Essa Teoria chamada de Desamparo Adquirido é estudada e está relacionada à matéria de Psicologia Social, dentro do tema Lócus de Controle, possa talvez explicar um pouco desse cansaço que sentimos em relação aos assuntos política e políticos. Grande parte da população apresenta certa apatia, como se nada adiantasse discutir sobre esse assunto, como se as esperanças de melhora nos quadros da política fossem mínimas. Por que isso acontece? Por que o citado Desamparo Adquirido pode estar dentro de nós e nem percebemos isso? Por que essa repulsa de algumas pessoas pelo assunto política? Por que essa falta de esperança?

Na Teoria, David Meyer em seu livro Psicologia Social, 2000 diz o seguinte: “Pessoas deprimidas ou oprimidas, tornam-se passivas porque acreditam que seus esforços não têm qualquer efeito… pessoas deprimidas sofrem de paralisia da vontade, resignação passiva e até mesmo apatia imobilizante” Apresenta também a seguinte fórmula: Eventos Ruins Incontroláveis + falta de controle percebida = Desamparo Adquirido.

A história do nosso país explica parte disso. Sofremos importantes revezes nas expectativas pela política nos últimos tempos. Só para citar alguns: Emenda Dante de Oliveira não Aprovada pelo Congresso, após tanta luta nas Diretas Já; os escândalos e a má gestão do presidente Collor que foi cassado e outros mais recentes que são muitos, ficam a critério de cada um relembrar. Todos esses desgostos juntos influenciaram. A conquista da democracia também criou muitos apáticos que passaram a acreditar que não é tão necessário envolver-se, que tudo estava resolvido. Deixam tudo nas mãos dos políticos, a maioria só tem maior contato com esse assunto nas vésperas das eleições. Muitos reclamam o tempo todo, mas fazem muito pouco. Aqui eu pergunto: – Quantas vezes você foi até à câmara dos vereadores nos últimos tempos, questionar o seu vereador, se é que você lembra em quem votou, sobre o trabalho que ele vem realizando? Uma minoria fez isso, mas a maioria não! E democracia se faz com a maioria.

Chegou a hora de cada um de nós avaliar se está sofrendo de Desamparo Adquirido no assunto política, e se estiver, tem que romper com essa Apatia e lembrar sempre que quem paga o salário dos políticos somos nós, portanto somos os “chefes” deles. Assim como qualquer chefe que quer os serviços bem feitos, tem-se que fiscalizar os políticos, nossos “empregados”! A responsabilidade é de todos nós, a CULPA é da omissão, por permitirmos que os corruptos sejam eleitos e permaneçam lá, por não fazermos esforços para conscientizarmos as pessoas mais simples.

Reclamação sem ação é em vão! Se cada um assumir a sua responsabilidade e fizer um pouco, não fica pesado pra ninguém. Só assim poderemos construir uma cidade limpa em todos os sentidos. E digo mais: Quem elege o ladrão é o responsável pela situação!

Autor: Felipe Bravo – Estudante de Psicologia e Membro das ONGs MATRA e Psicologia e Integração Social

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