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Série Eleições 2012: A importância do prefeito em relação ao lixo doméstico

12 de setembro de 2012 - 10:30

Discussão sobre armazenagem do lixo é tema da Série Eleições 2012

Estimativas apontam que 1.688 lixões no país estão inadequados.
Cerca de 72% das cidades brasileiras jogam o lixo de maneira irregular.

Consumo, lixo e meio ambiente. São situações diretamente ligadas que geram uma preocupação na vida moderna. Você já parou para pensar quanto lixo produzimos por dia? E para onde vai quando sai de nossas casas? Essas respostas devem estar incluídas no plano de governo dos próximos prefeitos. O desafio da armazenagem e destinação correta do lixo.

A região sudeste do país é a que mais gera lixo. Segundo informações da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, são 89 mil toneladas por dia. Uma média de um 1,5 quilo por habitante.

Para o gerente da Cetesb, Dirceu Micheli, o lixo está relacionado com o desenvolvimento. “Quanto maior o desenvolvimento, maior também é a produção de lixo nas cidades”.

Quando os materiais não são jogados em vias públicas ou áreas verdes, como matas e rios, o lixo vai para lixões. Estimativas apontam que no Brasil são 1.688 espaços desse tipo, que recebem 22 milhões de toneladas de resíduos por ano. Mas o problema que o material é despejado de forma inadequada. Cerca de 72% das cidades brasileiras jogam o lixo de maneira irregular.

O gerente da Cetesb aponta que uma políticas foram criadas para resolver o problema. “A política nacional de resíduos sólidos estabelece que até 2014 não deverá mais haver lixões, disposições de resíduos a céu aberto em qualquer lugar do país”, revela.

Ao invés de lixões, os municípios devem investir em aterros sanitários. O objetivo é de melhorar as condições relacionadas aos descartes sólidos urbanos. Os aterros podem ser divididos em diferentes tipos. No aterro convencional, de valas, exigido para cidades pequenas, existe a formação de camadas de resíduos compactados, que são sobrepostas.

Outro tipo de aterro feito é o uso de trincheiras que facilitam o aterramento dos resíduos e a formação das células e camadas. Nesse caso só pode vir para cá o resíduo que não é reciclável, chamado de material orgânico.

O chorume, aquele líquido que sai da matéria orgânica em decomposição, é tratado e volta a ser água limpa. O gás metano, produzido durante a decomposição e que tanto agride o planeta, é canalizado e vira energia. Transformar lixões em aterros sanitários no Brasil seria um passo importante.

Um aterro na região sudoeste do estado de São Paulo é considerado exemplo. Desde 2007, quando a Cetesb passou a qualificar as condições de tratamento de resíduos, o local só recebe nota 10. O usado é de valas. O lixo é coberto por uma camada de terra e árvores são plantadas. A qualidade no ambiente é tanta que nem o cheiro característico de lixo é possível sentir.

Célio Silva Castro Sobrinho, promotor do meio ambiente, explica que a responsabilidade de adequação do lixo é dos municípios. “O descarte de lixo em depósitos adequados, em aterros sanitários, é de responsabilidade dos municípios, então, o grande desafio das próximas administrações, dos próximos gestores públicos, é de promover condições adequadas”, argumenta.

Muitos municípios pagam para empresas especializadas para processar de maneira correta o lixo que produzem. Mas a solução, segundo o promotor, está na coleta geral, educação e reciclagem.

Algumas cidades do interior paulista são exemplos em reaproveitar materiais e fazer disso uma oportunidade de renda. Aquilo que foi descartado vira matéria prima para indústrias, ajuda o meio ambiente e garante renda para milhares de famílias.

E na era da tecnologia, o que fazer com o que não funciona mais, também virou problema. Baterias e equipamentos eletrônicos não podem ser descartados de qualquer maneira, pois possuem metais pesados usados, por exemplo, na produção de pilhas, podendo contaminar o solo.

Géssica Galhoz, coordenadora de educação ambiental, relata sobre os problemas do lixo tecnológico. “A gente não tem essa noção que é um material perigoso. Uma pilha velha vaza um líquido que, na verdade, é um metal pesado. Esse metal entra na corrente sanguínea e vai se acumular no sistema nervoso”, explica.

A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu medidas urgentes contra o crescimento do lixo eletrônico em países emergentes, como o Brasil. Para se adequar aos padrões de qualidade, os próximos prefeitos precisam participar, criando programas para destinação correta desses materiais.

O promotor do meio ambiente Célio Castro Sobrinho comenta que é necessário que as cidades invistam no armazenamento de lixo e na educação ambiental. “Não é mais possível compactuar com esse estado de coisas. É necessário, e emergencial, que se adote o município de condições para que tenha um aterro sanitário, um descarte apropriado e também a educação ambiental, promovendo a coleta seletiva”, afirma.

O promotor ainda reforça sobre a importância do voto no próximo mês de outubro. “É crucial que o cidadão preste bastante atenção às políticas públicas propostas pelos candidatos nesse seguimento e especialmente ao lixo. Cuidar da cidade, ter uma cidade limpa, cuidar da saúde dos seus familiares e também assegurando uma forma de existência das gerações futuras”, finaliza.

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Fonte: G1

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