Série Eleições: Os problemas do transporte público nas cidades
Setor é um dos serviços mais criticados pela população.
Segundo a Associação de Transportes, falta planejamento
Na série de reportagens sobre “Eleições”, o tema hoje é o “Transporte”. Muitas pessoas dependem do transporte para ir ao trabalho, ao médico, para a escola, entre outros destinos e, por isso, é fundamental que esse serviço tenha qualidade e seja eficiente.
A Associação Nacional de Transportes Públicos realizou uma pesquisa em 438 municípios brasileiros com mais de 60 mil habitantes. O estudo realizado em 2010 mostra que cada pessoa percorreu mais de três mil quilômetros, em média, no ano, usando várias formas de deslocamento. De acordo com a pesquisa a maior parte das distâncias foi percorrida em um transporte público, 57,6%.
O transporte público é um dos serviços mais criticados pelos moradores das cidades. E não é difícil entender por que. De manhã, na hora do almoço e à noite é quase sempre lotado. A equipe de reportagem acompanhou um dia na rotina de Iraci. A diarista mora na zona rural, próxima a cidade de São Paulo.
São 45 minutos, todos os dias, até o bairro vizinho pra pegar o ônibus para ir ao trabalho. No ponto, tem que esperar e quando o coletivo chega já está praticamente lotado. Ela conta que a viagem, quase sempre, é percorrida em pé. O ônibus chega ao terminal urbano, mas não é o fim da viagem. Ela ainda precisa pegar mais dois ônibus, antes de chegar ao emprego. Uma viagem de aproximadamente uma hora e meia.
Cuidar do transporte público também é uma das obrigações do prefeito. Cabe ao chefe do executivo adaptar o serviço às necessidades da população. Seja em uma metrópole como São Paulo ou em uma pequena cidade do interior.
Se o município não tem uma rede de ônibus, deve contratar uma empresa para fazer o serviço. Na maioria das cidades brasileiras, o transporte coletivo é concedido a empresas particulares, por prazo determinado e por meio de licitações. Mas cabe a prefeitura garantir que as linhas de ônibus cheguem a todos os bairros e atendam ao maior número de moradores.
Isso sem esquecer-se dos cadeirantes e outras pessoas com dificuldade de locomoção. É preciso também construir pontos de ônibus e manter as ruas e avenidas em boas condições para o transporte da população.
O valor das passagens também deve ser definido pelo poder executivo. A tarifa deve levar em conta o número de passageiros transportados, a quilometragem percorrida e os custos com salários, combustível e a manutenção dos veículos.
E se os moradores não estão satisfeitos com o serviço, podem e devem reclamar. As queixas devem ser levadas à prefeitura, à câmara dos vereadores e até ao Procon.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, o serviço só não é melhor porque falta planejamento. As cidades cresceram e as pessoas precisam se deslocar por longos trajetos.
Na hora de votar, o eleitor deve levar em conta quem tem a melhor proposta de investimento no transporte público. Já que as melhorias no setor, representam menos carros nas ruas, menos congestionamento e menos poluição.

(Foto: Reprodução/TV Tem)