SAÚDE PÚBLICA: PACIENTES RELATAM ATRASO E FALTA DE VAGAS PARA TRATAMENTO DE CÂNCER EM MARÍLIA
Pacientes da Radioterapia do Hospital das Clínicas mencionam necessidade constante de manutenção no aparelho, gerando atrasos no tratamento e falta e vagas. A Famema alegou que as paradas são necessárias diante do funcionamento contínuo, como acontece com qualquer equipamento, e que é necessária a manutenção preventiva e a corretiva.
Valnete Mariano Lima acompanha o esposo em seu tratamento há aproximadamente seis meses. Ela mencionou que o paciente já chegou a ficar semanas sem poder passar pela radioterapia por conta de problemas com o equipamento.
“Acredito que essas interrupções atrasam a terapia e a recuperação. Na próxima sexta-feira mesmo fomos orientados a não vir que o aparelho vai estar em manutenção”, disse Valnete.
O acompanhante Dulcílio Guerra se reveza com a irmã para levar o cunhado à radioterapia. Ele disse que realmente o equipamento tem necessitado de reparos com certa frequência, mas ele elogiou a equipe do hospital. “Meu cunhado agradece todo dia por estar recebendo tratamento no HC e disse que a atenção e o carinho que recebe da enfermagem até o ajuda a sarar mais rápido. Na saúde pública é preciso paciência”.
Já o paciente Benedito Camilo aguarda há três meses por uma vaga na Radioterapia e ontem ele esteve no Hospital das Clínicas, mas não para iniciar o tratamento. “Vim pegar o encaminhamento para levar até Ourinhos, onde parece que vou ser atendido, mas não sei quando”.
Camilo mencionou que a saúde pública é “enrolada” e que diante de qualquer doença quanto antes receber tratamento melhor para a cura ou estabilização. “Mas meus janeiros vividos me ensinaram a não me desesperar, se não é pior. Se a gente compra briga com o governo acaba perdendo”.
Complexo Famema
A direção da Famema afirmou que o equipamento utilizado no Serviço de Radioterapia da instituição é de alta tecnologia e possui contrato de manutenção com peças de reposição. “Possui, como qualquer equipamento, momento de parada secundária a seu funcionamento contínuo”.
De acordo com a direção, o equipamento segue as normas do Conselho Nacional de Energia Nuclear (pela Anvisa) e necessita de avaliação para realizar dosimetria e comprovar se as doses emitidas são as prescritas.
“No Brasil, apenas 54% dos pacientes conseguem tratamento radioterápico devido à falta de equipamentos e profissionais habilitados. Não há conserto definitivo. A qualquer momento um equipamento pode parar, por isso é necessária a manutenção preventiva e a corretiva, o que a Famema faz conforme pode ser comprovado por meio de contratos firmados”.
Fonte: Jornal da Manhã