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Seis governadores já estão ameaçados de cassação

03 de março de 2011 - 10:40
Segundo informações divulgadas no site Congresso em Foco, dois meses após tomarem posse, seis governadores já enfrentam processos de cassação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Eles são acusados por partidos adversários e pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) de crimes como abuso de poder econômico e político, compra de votos e uso indevido dos meios de comunicação.

Até hoje, respondem no TSE por ações supostamente cometidas nas eleições os governadores do Acre, Tião Viana; do Amazonas, Omar Aziz; de Minas Gerais, Antonio Anastasia; do Piauí, Wilson Martins; do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini; e do Tocantins, Siqueira Campos. Além deles, também devem se defender e podem perder os mandatos seus respectivos vices.

Entre os seis, o processo mais recente é contra Anastasia. O recurso foi apresentado por Hélio Costa, que perdeu a disputa para o acusado. De acordo com a denúncia, houve abuso de poder econômico durante a campanha.

Hélio contesta a assinatura de 3.545 convênios com 842 municípios mineiros – feita por Anastásia quando assumiu o governo de Minas após a renúncia de Aécio Neves (que deixou o cargo para disputar uma das duas vagas ao senado pelo Estado) – nos últimos dias antes de a campanha começar oficialmente. A legislação eleitoral proíbe a transferência de recursos nos três meses anteriores à eleição. A exceção é se os contratos já existiam antes do período eleitoral. Nos convênios, o governo estadual transfere recursos financeiros para serviços, obras e compras nas cidades.

 “Em apenas um dia (30/06/2010), foram publicados nada menos que 681 convênios, 37% a mais do que o total de convênios publicados durante todo o mês de junho de 2009”, afirmou Hélio ao Congresso em Foco. De acordo com ele, em 2009 o valor total dos convênios atingiu R$ 54,6 milhões. No ano seguinte, aumentou 18 vezes, passando para R$ 982,1 milhões. Para o adversário, Anastasia anunciou um “pacote de bondades” para garantir o apoio dos prefeitos na disputa.

Os outros cinco casos começaram a tramitar na primeira quinzena de fevereiro, logo após o encerramento do recesso do Judiciário.

O primeiro governador a enfrentar um processo de cassação em 2011 foi Omar Aziz. Ele e seu vice, José Melo de Oliveira, são acusados pelo MPE de abuso de poder econômico e político e uso indevido dos meios de comunicação social. De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Aziz foi beneficiado pela veiculação de 30 peças de propaganda institucional, em rádios e emissoras de televisão, que totalizaram mais de 6,5 mil inserções. O custo das peças foi de R$ 4,08 milhões.

O governador reeleito do Piauí, Wilson Martins, e seu vice, Antônio José de Morais Sousa Filho são acusados de compra de votos e uso de propaganda irregular em municípios piauienses. O PSDB é o autor do recurso contra expedição de diploma.

O partido lista casos ocorridos em três municípios do Piauí na tentativa de embasar a ação por conta de votos. Em Parnaíba, de acordo com o recurso, por exemplo, pessoas eram levadas por cabos eleitorais e correligionários para tirar carteira de identidade. Além do transporte, não pagavam a emissão do documento. Como lembrete, recebiam também uma senha de papel na cor amarela, do mesmo tom do símbolo do partido.

Além das acusações de compra de votos, o PSDB também argumenta que, a partir do momento em que assumiu o governo, Martins cometeu abuso de poder econômico e político.

O outro recurso no TSE é do governador do Acre, Tião Viana. Ele é acusado pelo Ministério Público Eleitoral de abuso de poder econômico e político e uso indevido dos meios de comunicação. Na mesma ação, o MPE pede a cassação do diploma do vice Carlos Cesar Correia de Messias e do senador eleito Jorge Viana, irmão do governador e ex-chefe do Executivo acreano.

De acordo com a denúncia, eles usaram servidores de empresas privadas que executavam serviços ao estado do Acre, na divulgação e realização de campanhas. O MPE disse que a linha editorial dos maiores jornais do Estado e das emissoras de televisão e rádio foram dirigidas, fazendo matérias positivas para os petistas e negativas para os adversários.

Já o caso que envolve a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, foi denunciado pelo candidato do PSDB derrotado pela governadora. Ela é acusada de abuso de poder econômico e político, uso indevido de meio de comunicação social e caixa dois na campanha eleitoral.

O último caso envolve o atual governador de Tocantins, Siqueira Campos, e o último, Carlos Gaguim. O ex-governador acusa o atual de abuso de poder econômico e político, uso indevido de meio de comunicação social, compra de votos e conduta vedada a agente público.

(VM, com informações do Congresso em Foco) 

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