Sob vaias, vereadores rejeitam pedido de abertura de Comissão Processante para cassar Bulgareli
Por sete votos a seis, a Câmara Municipal rejeitou ontem as propostas de abertura de uma Comissão Processante para apurar as denúncias de desvio de verba pública destinada à merenda escolar para o pagamento de propina ao atual prefeito, Mário Bulgareli, e seu antecessor, Abelardo Camarinha.
As denúncias foram protocoladas pela MATRA e pelo jornalista Oswaldo Machado na última semana e pediam a cassação de Bulgareli caso as irregularidades fosse comprovadas.
Sob vaias e gritos de “Corrupto, ladrão. Cadeia é a solução” e “Vergonha”, um a um, os vereadores Herval Rosa Seabra, Eduardo Gimenes, Pedro do Gás, José Carlos Albuquerque, Donizeti Alves, César ML e Yoshio Takaoka votaram contra a Comissão.
Já os vereadores Mário Coraíni Júnior, Wilson Damasceno, Sydney Gobetti, Júnior da Farmácia, Eduardo Nascimento e Marcos Custódio foram favoráveis e receberam calorosos aplausos dos presentes.
POSICIONAMENTOS
Cerca de 300 manifestantes – dentre eles representantes do movimento estudantil, sindicatos e de diversas entidades do movimento social de Marília – ocuparam as galerias da Câmara usando nariz de palhaço e empunhando faixas manifestando sua indignação com Bulgareli e Camarinha.
“Quero parabenizar as pessoas que estão aqui acompanhando a Sessão e dizer que tenho certeza que os presentes estão representando o sentimento da imensa maioria da população de Marília que deseja a cassação do prefeito Mário Bulgareli”, disse o vereador Sydney Gobetti ao anunciar seu voto antes da votação. Para o vereador, Bulgareli não tem mais legitimidade política e moral para continuar no cargo.
Em seu discurso durante o Pequeno Expediente, o presidente da CPI da Merenda, vereador Mário Coraíni, reafirmou que os membros da Comissão que apurou os desvios de verba para pagamento de propina a Bulgareli e Camarinha não têm dúvida de que o contrato com a SP Alimentação (empresa que desde 2003 fornece merenda escolar à cidade) foi lesivo ao município.
“Os fatos de os senhores estarem exercendo cidadania aqui hoje é sinal de que essa CPI [da Merenda] não terminou em pizza”, comentou Coraíni.
Já o vereador Eduardo Nascimento cobrou uma postura mais firme da população de Marília.
“Quando você vir o deputado Camarinha na rua, todo garboso, dando ‘tchauzinho’ para todo mundo, pergunte para ele onde está o dinheiro da merenda. E o deputado Vinícius Camarinha deveria vir a público explicar porque uma assessora de seu gabinete é citada como a pessoa responsável em pegar o dinheiro para o pagamento de propina na cidade”, falou o vereador.
Procurados, os vereadores Eduardo Gimenes, César ML e José Carlos Albuquerque, não quiseram declarar os motivos que os levaram a votar contra a abertura da Comissão Processante.
Para a MATRA, mais uma vez os vereadores da base governista passaram por cima dos interesses da população para favorecer aliados políticos.
Esperamos agora que a Justiça puna os responsáveis por esses crimes cometidos contra toda a população de Marília.