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Sucateamento do DAEM: “Quebrou a bomba”, a eterna cantilena

11 de novembro de 2013 - 10:00

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Documento apresentado pelo DAEM (Departamento de Água e Esgoto de Marília) informa que o total da dívida da Prefeitura Municipal para com a autarquia totaliza o montante de R$ 40.403.227,78. Na atual administração, o valor já chega a R$ 1.488.475,40.

Se a conta fosse paga, como é obrigação de qualquer consumidor da água fornecida pelo DAEM, quantos poços poderiam ser abertos e quantas bombas poderiam ter sido consertadas com esse dinheiro? Com essa verba ainda daria para reformar a rede de captação e executar projetos para a captação de água de superfície, pois são fontes renováveis, e ainda proteger as nascentes.

Examinando as contas da Prefeitura, conclui-se que recursos financeiros não faltam. O saldo de caixa apresentado no relatório de execução orçamentária de 31 de agosto deste ano aponta a quantia de R$ 28.386.301,14, dos quais R$ 5.435.879,57 são sobras de recursos próprios. De janeiro a agosto foram pagos R$ 46.826.752,22 de “restos a pagar” das administrações anteriores, então o valor devido ao DAEM pela administração atual corresponde a apenas 3,18% do total pago de contas dos “restos a pagar”, ou seja, uma quantia pequena se comparado ao que foi pago.

O não pagamento ao DAEM não foi por falta de dinheiro, mas por opção de pagar outros compromissos. Pelo visto, a falta de água nos bairros, deixando as pessoas sem condições de realizarem a higiene pessoal e até impossibilitando-as de cozinhar seus alimentos, é um problema menor, já que os marilienses experimentam a falta d’água há 30 anos. E o problema é muito explorado nas eleições municipais, pois todos os candidatos prometem resolver a situação caso sejam eleitos, mas até agora nenhum dos eleitos cumpriu o compromisso.

Estudos efetuados pela ONU (Organização das Nações Unidas) dão conta das principais riquezas do mundo: o Oriente Médio contribui com a riqueza energética, a África com os minérios e o Brasil é a principal fonte de água doce (potável) do mundo. Portanto, não fosse trágica, chega ser irônica a falta de água em Marília.

Tem razão o Padre Achiles ao discursar recentemente na Câmara Municipal, ocasião em que recebeu o titulo de cidadão mariliense.  Seu primeiro pedido ao poder público foi em favor da população mais necessitada. “Olhem para a periferia, resolvam o problema da falta de água”. Que o pedido desse ilustre mariliense não seja esquecido ou ignorado, porque nele está contida a voz e a vontade de grande parte da nossa população.

 

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