Testemunha de defesa delata crimes de Abelardo Camarinha

Em maio de 2007, uma matéria do jornal Diário de Marília incomodou o ex-prefeito Abelardo Camarinha. Desde então, uma briga judicial vem sendo travada entre Camarinha e o jornalista responsável pelo jornal José Ursílio de Souza e Silva. O ex-prefeito entrou em processo contra o jornalista alegando que a matéria ofende diretamente sua honra e a sua imagem, classificando a matéria como ato criminoso. A matéria do Diário de Marília relatava diversos fatos que estão sendo investigados pelas polícias Estadual e Federal, pelo Poder Judiciário do estado e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O jornalista José Ursílio baseou-se em documentos processuais para escrever sua matéria. Camarinha está sendo investigado por abuso de poder político e econômico e corrupção eleitoral nas eleições de 2006 e improbidade administrativa quando prefeito.

Como testemunha de defesa, Camarinha chamou José Cardoso Lima, seu assessor especial entre os anos de 1996 e 2000. Quando foi reeleito, o então prefeito convidou Lima para continuar no cargo. No entanto, o assessor não aceitou o convite por ter descoberto diversos desvios de dinheiro público.

Mesmo sendo chamado como testemunha de defesa de Camarinha, Lima afirmou que na época que estava no cargo, “…a prefeitura de Marília funcionava como máfia, sendo Camarinha o chefe, onde destinava verba pública à TV Marília e ao jornal Correio Mariliense”. Os jornais tinham com objetivo fazer propaganda positiva da administração de Camarinha, ajudando-o assim no pleito seguinte.

A conclusão do processo foi que “a matéria jornalística em referência não está embasada em fatos mentirosos” como afirmou Camarinha. “Os fatos citados são objeto de investigação e, na realidade, traz assunto de interesse público, pela seriedade do caso”. Segundo a sentença judicial, Camarinha não poderá entrar com recurso contra a decisão, pois as provas são justificáveis da matéria.