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Transparência Brasil desconfia que deputados "massagearam" contas

16 de novembro de 2009 - 00:00

Depois de receber resposta, que considerou insatisfatória, da procuradoria da Câmara Federal, a ONG Transparência Brasil voltou a divulgar esta semana o relatório com a análise dos padrões de gastos dos deputados federais com as verbas indenizatórias nos anos de 2007 e 2008, publicado em maio deste ano. A ONG, em seu relatório, apontava que, para 360 dos deputados, 70% do total, "ocorreu a coincidência de terem gasto exatamente o teto de R$ 90 mil por semestre em pelo menos um semestre desde 2007. Desses 360, 59 deputados conseguiram acertar o teto nos quatro semestres de 2007 e 2008".

Essa suposta exatidão levou a ONG a avaliar que "grande parte deles (deputados) provavelmente "massageou" as contas para chegar ao máximo permitido". No relatório, é apresentado um estudo apontando que a probabilidade de um deputado qualquer apresentar notas fiscais que somem precisamente o valor máximo num único semestre é de cerca de 0,0002%, ou dois décimos milésimos por cento.

Na resposta enviada ao Transparência Brasil por meio de ofício em outubro passado, a procuradoria da Câmara Federal argumentou que, "desse conjunto de 59 deputados, 56 receberam a quantia equivalente ao teto porque apresentaram documentos cuja soma excede o montante permitido", de acordo com o relatório. "No entanto, até a data dessa resposta, essa informação não era disponível no sítio de internet da Câmara. Três deputados federais ainda estão com contas sob suspeita porque as prestações de contas não se encaixam na hipótese aventada", disse Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência Brasil.

O procurador da Câmara Federal, o deputado baiano Sérgio Carneiro (PT), considerou irônico o tom do texto do relatório ao tratar da "improbabilidade" da exatidão dos valores e assegurou que a "a exatidão é a glosa. Tudo o que é gasto a mais sai do bolso do deputado. São milhares de notas se formos apresentar agora. Isso fere o princípio da razoabilidade e as notas cumpriam as normas à época", disse Sérgio Carneiro. Sobre os três deputados que não estariam entre os que gastaram a mais, Carneiro afirmou não se lembrar dessa informação e comprometeu-se a buscar tal dado a partir de hoje.

Fonte: Transparência Brasil

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