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Você Fiscal: aplicativo quer apuração paralela das eleições

06 de agosto de 2014 - 10:17

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O aplicativo “Você Fiscal” quer permitir ao eleitor participar de uma apuração independente das eleições de outubro. A ideia é que a partir de fotos do boletins de urna, sejam apontados possíveis erros ou fraudes e estimado resultado final.

Sem os testes públicos, o pesquisador-chefe da equipe que identificou as vulnerabilidades nas urnas em 2012, Diego Aranha, hoje professor de Computação da Unicamp, lançou um financiamento coletivo pelo Catarse para desenvolver o aplicativo Você Fiscal.

Por meio do envio de fotos do Boletim de Urna (BU) de seções eleitorais em qualquer parte do Brasil, o Você Fiscal permitirá a todo eleitor que o utilize (direto no smartphone Android ou em site específico) colaborar para uma apuração “paralela e independente das próximas eleições”.

“Podemos detectar se determinada urna for extraviada, trocada ou adulterada pela manipulação da versão eletrônica do seu Boletim de Urna. E, com usuários suficientes, também vamos ver se ocorrer um erro ou fraude no software que roda no servidor do TSE para somar o resultado final”, diz Aranha.

Em apenas seis dias, o projeto alcançou os R$ 30 mil necessários para tirá-lo do papel. Atualmente, cerca de R$ 44 mil já foram doados por meio do Catarse. “Agora dá pra sonhar mais alto e ter um impacto maior”.

As contribuições variam desde R$ 20 a R$ 5 mil, com recompensas que vão de agradecimento no aplicativo e nas redes sociais a livros, vagas em eventos e direito a palestras sobre votação eletrônica e até a mini-curso sobre “A História e o Futuro da Criptografia”.

A ideia do aplicativo surgiu depois que, em 2012, um grupo de técnicos da UnB (Universidade de Brasília) comprovou, em processo promovido pelo próprio TSE, que o sistema é falho e não garante o sigilo do voto nem a integridade dos resultados.

Desde então, o órgão declarou que algumas das falhas seriam corrigidas, mas não voltou a realizar testes abertos à sociedade. Apesar de reconhecer que “os testes de segurança das urnas eletrônicas fazem parte do conjunto de atividades que garantem a melhoria contínua deste projeto”, o Tribunal não fará nenhum antes das eleições de outubro.

Funcionamento do app

Finalizada a votação, os dados de cada urna eletrônica são enviados para os computadores do TSE, onde são somados para calcular o resultado final. Cada urna também imprime o chamado Boletim de Urna, o BU, espécie de recibo com os totais de voto por candidato naquele aparelho.

“É aí que o Você Fiscal entra em ação, permitindo a qualquer eleitor fiscalizar a urna em que votou – e a de quantas seções eleitorais quiser percorrer. Utilizando o aplicativo, bastará fotografar de maneira adequada o BU fixado na parede ou na porta da seção eleitoral”, explica nota.

A partir dessa amostra colaborativa, o Você Fiscal somará os resultados de forma independente e indicará, em comparação aos resultados divulgados pelo TSE, possíveis erros ou fraudes.

Ficará fora da avaliação do Você Fiscal, no entanto, erro ou fraude no software que funciona dentro da urna e eventual fraude de mesário. “Como ele tecnicamente pode votar no lugar de qualquer eleitor, já houve relatos de eleições em que mesários desonestos votaram por eleitores que faltaram”, diz nota do projeto.

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