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Yoshio Takaoka não comparece para depoimento na PF em Marília

06 de novembro de 2012 - 12:55

Advogado do Parlamentar alegou trabalho na Sessão da Câmara.
Vereadores devem votar dois pedidos de Comissão Processante.

Os vereadores de Marília, SP, votaram dois pedidos de abertura de comissão processante contra o presidente do legislativo, Yoshio Takaoka, na sessão desta segunda-feira (5) à noite.

O parlamentar, por sua vez, entrou com mandado de segurança para garantir a sua permanência na presidência da Câmara. O pedido foi analisado pelo juiz, que autorizou a votação dos pedidos de comissão processante, no entanto, Takaoka não pode ser destituído do cargo de presidente enquanto os processos administrativos estiverem correndo na Câmara.

Takaoka é investigado por suposta compra de votos na última eleição municipal e deveria comparecer para depoimento nesta segunda-feira na Polícia Federal, que comanda a investigação. No entanto, Yoshio Takaoka não compareceu à PF. O advogado dele fez uma petição alegando que o parlamentar estaria ocupado com a sessão da Câmara. Com isso, uma nova intimação foi feita para esta terça- feira. Takaoka deverá ser indiciado pela Polícia Federal por compra de votos. Mais de 30 pessoas foram ouvidas durante as investigações e confirmaram o crime.

"Nós já tínhamos alguns documentos como cheques e alguns contratos. Na verdade qual que foi o procedimento desse vereador especificamente: eles criaram uma estratégia de campanha eleitoral onde ele supostamente contratava pessoas pra trabalhar no dia da eleição. Foram mais de 400 cheques que foram fornecidos para terceiros. Um fato importante é que essas pessoas não eram pessoas comuns e sim eleitores que em tese iriam votar. Foi apurado também que sequer deram algum documento para essas pessoas ou até mesmo propaganda eleitoral para que essas pessoas fizessem o trabalho. Então ficou uma compra simulada”, explica o delegado da PF, Sandro Viana dos Santos.

Nesta terça-feira (6), a Polícia Federal deverá concluir a investigação sobre a compra de votos. O delegado responsável pela investigação afirma que várias irregularidades foram identificadas na prestação de contas de Yoshio. "Pessoas que doaram mais que o triplo do próprio salário, casos de recibo sem a devida comprovação através de nota fiscal ou de contrato de trabalho. E diversas outras circunstâncias que ainda não queria revelar porque está sob investigação", elenca Sandro Viana.

Assessora detida

E nesta segunda-feira (05), a assessora parlamentar Câmara, que também é investigada por compra de votos, foi flagrada dentro da sede da Polícia Federal fazendo cópias de um dos inquéritos para o presidente da Câmara. Ela estava em horário de serviço e disse que foi à Polícia Federal a pedido de Yoshio Takaoka. A assessora foi ouvida e liberada. 

"Ela está fazendo novamente um serviço particular para o presidente da Câmara como ocorreu na outra ocasião, onde inclusive ela foi presa. Esse fato se repetiu dentro da Polícia Federal. Ela não é assessora do vereador, ela é assessora da Câmara de Vereadores, portanto não recebe do presidente e sim da Câmara Municipal. E ela estava prestando um serviço que, em tese, é particular, organizando a prestação de contas do vereador. Fato similar ao que ocorreu no dia em que ela foi presa", afirma o delegado. O caso vai ser encaminhado para a Justiça eleitoral que deve abrir outro inquérito sobre este fato.  

Sobre o caso

Yoshio Takaoka foi preso no último dia 24, enquanto almoçava. Uma assessora e um motorista também foram presos. Eles estavam em um carro oficial com documentos como contratos de prestação de serviços, folhas de cheque assinadas com os valores em branco e uma lista com nomes de eleitores. Os documentos estavam com datas retroativas e tinham a assinatura de Yoshio Takaoka.

Os três respondem por crimes de falsidade de documentos públicos e fraude processual. No dia em que foram presos, eles prestaram depoimento por quase sete horas na sede da Polícia Federal de Marília e depois foram levados para presídios da região. Pouco mais de 24 horas depois, a Justiça concedeu a liberdade dos três mediante pagamento de fiança.

Os valores foram pagos e os três liberados. Se comprovada a compra de votos, Yoshio Takaoka pode ter o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por 8 anos pela Justiça Eleitoral.

Yoshio Takaoka negou pedido verbal de afastamento (Foto: Reprodução TV Tem)
Yoshio Takaoka negou pedido verbal de afastamento (Foto: Reprodução TV Tem)

Fonte: G1

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