Prefeitura aventa o emergencial transbordo como solução permanente para lixo de Marília


O dispendioso trabalho de transbordo do lixo, em que depois de recolhido das ruas, ele é colocado em contêineres e levado para aterro sanitário regularizado de outra cidade, medida adotada normalmente apenas em caráter emergencial, é agora considerado como solução definitiva pela Prefeitura para o problema da cidade de Marília.

A opção foi aventada pela municipalidade em matéria jornalística veiculada ontem em veículos de comunicação da cidade, dentre eles, o jornal Diário, que chegou a ouvir o assessor técnico da Secretaria de Serviços Urbanos e responsável, Nilton Ribeiro, sobre o assunto.

Suposto “barateamento”

O que inspirou a consideração dessa solução emergencial como possibilidade efetiva foi o anúncio de um aterro sanitário em Piratininga que será inaugurado nos próximos meses, e que cuja distância menor ocasionaria o barateamento do transbordo.

Atualmente, o lixo de Marília é exportado para a pequena cidade de Onda Verde, localizada na região de São José do Rio Preto, e que fica a mais de 200 quilômetros de distância de Marília. Na contratação emergencial, a empresa cujo menor valor ofereceu pelo serviço foi a Constroeste, de Rio Preto, em comparação as demais três empresas que participaram.

Assim, o transbordo custa hoje aos cofres do município – e bolsos dos munícipes – R$ 120 por tonelada de lixo. Levando em conta que Marília produz uma média de 160 toneladas de lixo por dia, isso custa à população quase R$ 20 mil diário, ou quase R$ 600 mil ao mês.

R$ 182 mil mais caro

Nas matérias veiculadas sobre o assunto, foi anunciado que se o transbordo fosse feito para Piratininga o custo por tonelada de lixo cairia para R$ 90 que, levado em conta a média de lixo diário produzida, custaria cerca de 14,4 mil ao dia, num total de R$ 432 mil por mês.

Se for considerado que o tratamento local em aterro sanitário próprio custava à Prefeitura R$ 250 mil, ainda assim o transbordo “barateado” para Piratininga sairia R$ 182 mil mais caro. Ou seja, custaria a mais anualmente aos bolsos dos cidadãos, cerca de R$ 2.184.000,00.

Fazendo tal cálculo, é difícil imaginar então qual a vantagem de fazer o transbordo do lixo que, dessa forma, consumiria uma quantidade alta de dinheiro a mais que poderia ser investido em outras áreas de suma importância para a população mariliense, como saúde, por exemplo.

Saídas paliativas

Deve-se ressaltar ainda que, o transbordo feito a partir dessa semana é de caráter emergencial, pois a Prefeitura ainda executa um processo licitatório para o transbordo convencional cuja abertura de envelopes está marcada para o dia 23 desse mês.

Assim, é preocupante as saídas sempre paliativas adotadas quanto ao problema do lixo, cuja conta cada vez mais onerosa recaí sempre sobre os munícipes que acabam pagando por causa de atitudes que parecem ser adotadas pensando em tudo menos no que deveria ser a prioridade máxima de administração pública: o bem estar da população.