“Sem negociação, greve é a solução”. Servidores públicos municipais gritam palavras de ordem em protesto contra a falta do reajuste salarial

Servidores lotam galeria da Câmara em protesto. Fotos: Matra

Ontem (04) cerca de 100 servidores públicos municipais protestaram contra a falta de diálogo da Prefeitura com a categoria. Os trabalhadores se concentram na Rua 9 de Julho por volta das 17h e caminharam até a Prefeitura Municipal.

Representantes da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo e o Presidente do Sindimmar (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Marília), Mauro Cirino, discursaram em cima de um carro de som sobre o descaso com que a Administração Municipal tem tratado os servidores.

Após a manifestação em frente ao paço municipal, os servidores foram até a Câmara, onde ocorria sessão. Os manifestantes reivindicaram a formação de comissão de vereadores para debater o assunto, já que o Prefeito Vinícius Camarinha não foi encontrado.

Atendendo aos pedidos, os vereadores Cícero do Ceasa, Wilson Damasceno e o presidente da Câmara, Luiz Eduardo Nardi, se reuniram com os servidores na sala Nassib Cury. Enquanto isso, a sessão camarária foi conduzida pela vereadora Sônia Tonin.

Comissão de vereadores é formada para discutir a falta de diálogo da Prefeitura com os servidores.

Na reunião, Mauro Cirino disse que os servidores têm sofrido com a falta da reposição salarial. Ele explicou que a Administração tem colocado a “culpa” pelo não pagamento no vereador Damasceno, pois foi ele quem conseguiu na justiça uma liminar impedindo a tramitação do projeto de autoria da Prefeitura, que propôs a concessão o gatilho em três vezes. Segundo Cirino, os próprios servidores decidiram em assembleia que não iriam aceitar essa condição, por isso foi necessária essa intervenção judicial.

O sindicalista ainda informou que o Prefeito Vinícius Camarinha não tem atendido os servidores. “Fizemos um requerimento pedindo uma audiência, mas não tivemos resposta. Queremos conversar sobre nossas outras reivindicações, como a volta do pagamento no último dia do mês, pagamento das horas extras, conversão em dinheiro referente a dez dias de férias e plano de carreira. Fala-se tanto que a Prefeitura não tem dinheiro, mas vemos nomeações de cargos comissionados e anúncio de obras”, disse.

Por fim, Cirino parabenizou os vereadores que se prestaram a ouvir os servidores e disse que não descarta uma possibilidade de greve.

Já o vereador Damasceno disse que recorreu à justiça para que o sindicato pudesse continuar a lutar pelo causa, pois, caso o projeto de parcelamento fosse aprovado, os servidores não teriam como continuar as reivindicações.

Cícero do Ceasa, Luiz Eduardo Nardi e Wilson Damasceno conversam os servidores sobre a falta de reposição salarial.

O vereador Cícero do Ceasa criticou a maneira como a Administração tem tratado a questão da reposição salarial. “Em audiência pública sobre as finanças da cidade, foi passada a informação de que a Prefeitura quitou R$ 40 milhões em dívidas. Acho que esse débito poderia ter sido negociado para sobrar dinheiro em caixa para o pagamento da reposição salarial”, falou,

Cícero ainda comentou sobre a elaboração do plano de carreira dos servidores. “Antes de planejar, é preciso conversar com o sindicato, senão é má-fé”.

Enquanto os servidores reclamavam que não aguentam mais a Administração falar em herança maldita, o vereador Nardi disse que a falta de pagamento da reposição se tornou uma situação insustentável para os servidores e que o ideal é a retomada das negociações o mais rápido possível.

“Eu assumo o compromisso de falar pessoalmente com o Prefeito Vinícius Camarinha sobre essa situação. Tentarei marcar uma reunião entre a Administração e os representantes do sindicato. Essa situação não pode mais ficar assim”, falou.