Após insistência da Matra, Alexander Mognon é exonerado do Daem

Exoneração Alexander MognonDurante um bom tempo a Matra divulgou informações sobre Alexander Mognon, suplente de vereador em São Bernardo do Campo e nomeado para exercer cargo comissionado junto ao Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília).

Depois de muita insistência da entidade e da formulação de vários ofícios pedindo informações sobre seu cargo, finalmente ele foi exonerado. Ao que consta na publicação do DOMM (Diário Oficial do Município de Marília) do último sábado (07), o próprio Mognon pediu a baixa do cargo.

A Matra denunciou Mognon várias vezes porque ele é acusado de cometer fraude na área da saúde em São Bernardo do Campo, que propôs ação civil pública contra 19 pessoas pelo desvio de R$ 112.744.733,37. Os valores teriam sido pagos pela Fundação ABC, entidade civil privada de assistência social, à empresa Home Care Medical sem a devida atestação da entrega de medicamentos. De acordo com a denúncia, Alexander Mognon, que atuou na Secretaria de Finanças daquela cidade, é um dos envolvidos no caso.

Assim, a entidade havia questionado o porquê de ele ter sido nomeado a exercer um cargo comissionado em Marília e solicitou informações junto ao Daem, que até hoje não foram respondidas.

O que chama a atenção é que, estranhamente, uma portaria publicada no DOMM no dia primeiro de novembro exonerou o servidor, porém, no dia seguinte, foi publicada outra portaria revogando a exoneração. Ou seja, é como se a demissão nunca tivesse ocorrido.

Por isso, novamente a Matra enviou um e-mail e outros dois ofícios ao Daem para saber o porquê da revogação da exoneração; se o servidor exerceu sua função junto à autarquia ou se pediu afastamento ou licença do cargo sem prejuízo de seus vencimentos. Porém, até o momento nenhuma dessas informações de interesse da população mariliense foi respondida.

Diante das denúncias de que Mognon nunca teria assumido o cargo de fato, a Matra passou a acompanhar o caso. Segundo apurou a entidade, a nomeação deste cidadão a um cargo público em Marília deu-se por indicação do deputado estadual Alex Manente (PPS), que tem sua base política em São Bernardo do Campo.alex-mognon

Durante as eleições municipais do ano passado, o então candidato ao cargo de Prefeito, Vinícius Camarinha (PSB), pediu ao PPS de São Bernardo do Campo para compor a chapa mariliense de seu partido, o PSB. Um acordo feito entre Vinícius Camarinha e Alex Manente garantiu o apoio político entre os partidos tanto em Marília quanto em São Bernardo.

Como Alexander Mognon, que foi candidato a vereador pelo PPS, não foi eleito, o deputado estadual Alex Manente o indicou para exercer algum cargo público em Marília. O agravante desta situação é que essa articulação política garantiu que Mognon assumisse o cargo de Presidente da APEPREM (Associação Paulista de Entidades de Previdência do Estado e dos Municípios).

Ou seja, a nomeação de Mognon a esse cargo só seria possível caso ele exercesse algum cargo público. Foi por esse motivo que houve a revogação de sua exoneração, pois automaticamente, ele estaria impedido de continuar a exercer sua função na APEPREM.

Agora, ele foi exonerado. Mas quem pagou o salário deste cidadão que não exerceu a função? Mais uma vez fomos nós, cidadãos marilienses.