Câmara tem “breve” protesto e Herval Seabra diz que não sai

A Sessão Ordinária realizada na noite desta segunda-feira pela Câmara Municipal de Marília transcorreu com “certa tranquilidade”, uma vez que os manifestantes não conseguiram ter espaço para fazer os protestos. Numa manobra envolvendo alguns vereadores, a galeria ficou lotado de outras pessoas, não restando local adequado aos manifestantes. Eles chegaram a esboçar alguns gritos de ordem, que exigiu inclusive uma breve intervenção do vereador e presidente Herval Rosa Seabra (PSB). Porém, logo eles deixaram a galeria e a sessão seguiu até por volta das 21h.

Wilson Damasceno (PSDB) voltou a usar a tribuna e falar que entende que o presidente Herval se mantém no cargo por uma questão de legalidade, mas voltou a evocar a “legitimidade” de ele permanecer na Mesa Diretora. Conforme o parlamentar, tanto o próprio Herval pode tomar a decisão de deixar a presidência, até que o processo judicial que o envolve seja concluído, como os próprios parlamentares podem decidir por sua saída. “E neste sentido, eu já deixo claro que eu apoio”, afirmou na tribuna. Durante a sessão Herval não comentou o discurso de Damasceno.

Toshitomo e Herval teriam desviado dinheiro público em benefício próprio nos anos de 2001 e 2002.

Ao final da Sessão Extraordinária, realizada logo após a Sessão Ordinária, Herval Seabra se posicionou em relação a fala de Damasceno, afirmando que se encontra em total condição de continuar a frente da presidência. “Não tenho nenhum medo, receio, nenhum senão para sair da presidência desta casa. Respeitaria qualquer decisão que viesse desta casa. Mas, por livre e espontânea vontade, não vejo necessidade para me afastar da presidência”, disse.

Ele explicou ainda que fez tudo o que era possível para viabilizar as investigações sobre as irregularidades ocorridas no Legislativo. Ele disse ainda que ingressou inclusive com ação civil pública para que Toshitomo Egashira, ex-diretor condenado por desvios de dinheiro da Câmara, devolvesse o dinheiro que foi desviado. “Tenho muita certeza de que serei absolvido em segunda instância. O que houve em primeira instância foi um fato atípico, e que nenhuma das teses foi considerada. Mas não compete mais discutir em primeira instância”, declarou. Ao final do discurso ele foi aplaudido pelo público que estava na galeria.

Transporte coletivo

Durante a leitura dos requerimentos, vários vereadores usaram a tribuna para criticar o aumento da tarifa de ônibus, que deve passar a R$ 3,00 a partir de 16 de setembro. O vereador Marcos Rezende (PSD) evocou os movimentos sociais para que se levantem contra o aumento e criticou de forma veemente o reajuste, criticando a qualidade do serviço de transporte coletivo apresentado no município pelas empresas Grande Marília e Sorriso de Marília.

Damasceno também usou a palavra e destacou que quando a Prefeitura de Marília fez a licitação, optou por duas empresas para que houvesse concorrência. “Mas, para nossa surpresa, vemos que as duas se uniram contra a cidade. Elas formaram a AMTU (Associação Mariliense de Transportes Urbanos) e reivindicam os reajustes das passagens juntas”, apontou durante o pronunciamento. O vereador Cícero Carlos da Silva, o Cícero do Ceasa (PT), também usou a tribuna para criticar a questão do transporte coletivo, em relação ao aumento das passagens e também a retirada dos cobradores em algumas linhas.

Fonte: Marília Global