“Uma mentira contada várias vezes se torna verdade”. Quantas vezes já ouvimos esse ditado? Embora antigo, ainda é bem atual. Este pensamento popular não é privilégio de A ou B. É de conhecimento geral e inspirou a maioria dos nossos governantes – em todos os âmbitos da federação. A ideia é reforçada pelo pensamento do Filósofo quando diz que “uma coisa é saber a verdade por ouvir dizer, outra coisa é conhecer a verdade pela razão”.
E por que fazer referência a estes pensamentos? É que nos últimos anos tornou-se comum “pegar carona” na tão propagada crise financeira do Brasil. Qualquer serviço de primeira necessidade ou obra não entregue à população “é culpa da crise”. Jamais é culpa da falta de planejamento e de gestão.
No município de Marília, culpar a falta de recursos também se tornou corriqueiro. A não prevenção da dengue no ano de 2015, mesmo com alertas das autoridades competentes sobre essa necessidade, gerou muito desconforto e sofrimento, inclusive com muitas mortes.
Outro caso que exemplifica a “culpa da crise” é que até a obra de afastamento e tratamento de esgoto, conhecida como a “Obra do Século”, parou por conta da crise. E lá estão enterrados milhões de reais, sem que até agora a população saiba quem é o responsável por tamanho desmando. Se continuar assim, no final a culpa será mesmo da crise. Vale lembrar que o município recebeu dinheiro a custo zero do Governo Federal para a obra.
Por isso, a MATRA analisou a arrecadação municipal para saber se houve frustração de receita. A entidade observou os valores das arrecadações a partir de 2012 (último ano da gestão anterior). Para efeito comparativo, a MATRA analisou os primeiros trimestres de cada ano. Isso porque, quando analisados os anos cheios, janeiro a dezembro dos anos de 2013 a 2015, os resultados demonstraram crescimento da receita.
O quadro ao lado demonstra que a média da arrecadação geral de receitas dos 1º trimestres de 2013 a 2015 foi de 103,49%, ou seja, acima dos 102,50% do primeiro trimestre de 2012. Observa-se, ainda, que a arrecadação nominal nesse período aumentou.
Então a MATRA pergunta: Onde está a crise?