Há muito tempo a destinação das cerca de 240 toneladas de lixo produzidas diariamente em Marília é motivo de polêmica, transtornos e indefinições.
O fato que é se gasta muito dinheiro para dar a destinação correta aos resíduos e mesmo assim uma solução definitiva para o problema ainda parece muito distante.
Informações veiculadas na imprensa local dão conta de que a Prefeitura de Marília negocia com outros municípios a construção de um aterro sanitário regional. Chegou-se até a cogitar estipular uma “taxa do lixo”, conforme entrevista do ex-secretário de Meio Ambiente e Limpeza Pública, Ricardo Mustafá, em um jornal semanal.
Contudo, o que se observa é que enquanto as autoridades não encontram o melhor caminho para resolver o impasse, quem paga a conta mais uma vez é o cidadão.
E a conta dos últimos anos de descaso com a questão a destinação dos resíduos sólidos passa dos R$ 700 mil em multas aplicadas pela CETESB (a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo), que foram parceladas em 60 meses com aprovação da Câmara Municipal, na última segunda-feira, o que (segundo notícia do site Giro Marília) não impediu o Município de ser incluído no Cadin Estadual, o cadastro de créditos não quitados, que bloqueia acesso a convênios públicos.
São multas por descarte irregular, acúmulo de materiais em área de transbordo e até presença de material hospitalar em meio ao lixo comum – situação flagrada por técnicos durante vistoria feita este ano no aterro sanitário do Município que permanece interditado.
É preciso se debruçar sobre o problema que pode até se transformar em solução, uma vez que diversos municípios enfrentam situação parecida e quem conseguir fazer os investimentos necessários primeiro, poderá absorver esta demanda transformando a despesa elevada do presente em possibilidade de lucro no futuro com a implantação, por exemplo, de usinas de reciclagem e compostagem do lixo.
No mês passado a Secretaria de Meio Ambiente e Limpeza Pública de Marília fez um chamamento público destinado aos interessados em apresentar Manifestação de Interesse para estruturação de projeto de concessão pública. Pode ser um caminho, o que não dá mais é para adiar a discussão nem para continuarmos jogando quase R$ 900 mil por mês no lixo, com o transbordo para os aterros sanitários de Piratininga e Quatá, fora as multas.