O QUE VOCÊ ESPERA DE MARÍLIA DAQUI A 20 ANOS?

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A pergunta que parece simples nos propõe uma grande reflexão.

Muito se fala em desenvolvimento, na necessidade de se atrair novos investimentos e gerar oportunidades, mas lembre-se: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. A famosa frase do gato de “Alice no País das Maravilhas”, deixa claro que sem planejamento, objetivos ou metas definidas, caminhamos sem rumo e, assim, o destino é incerto. Daqui a 20 anos algumas atividades podem deixar de existir, outras se valorizarem (e a cidade pode descobrir uma nova vocação econômica). Por isso: em que devemos investir? O que precisamos fazer desde agora para buscarmos um futuro melhor para todos?

Esse importante exercício de reflexão foi proposto pelo ex-prefeito de Maringá/PR, Silvio Barros, durante uma palestra promovida pela Associação Comercial e Industrial de Marília, no início do mês. O evento reuniu empresários, comerciantes, autoridades e membros da sociedade civil organizada que tiveram a oportunidade de conhecer melhor o projeto do CODEM – Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá. Criado em 1996, o conselho é apontado como o principal responsável pelos excelentes indicativos conquistados pelo município ao longo dos últimos 20 anos – que colocaram Maringá no topo do ranking das melhores cidades para se viver do Brasil.

O CODEM, composto por membros de diversos segmentos da sociedade, contratou na época uma consultoria internacional para a elaboração de um estudo com a finalidade de propor e fazer executar política de desenvolvimento econômico. O resultado está estampado nas principais revistas e jornais do país. A revista Exame (março/2017) aponta que com pouco mais de 400 mil habitantes, Maringá (70 anos) foi eleita a primeira na lista das melhores grandes cidades do Brasil, segundo estudo que levou em consideração 16 indicadores divididos em quatro áreas distintas: saúde, educação e cultura, segurança e saneamento e sustentabilidade.

O mais impressionante é que isso não foi resultado de um “salvador da pátria” um político-herói que ousou fazer diferente. A mudança de verdade ocorreu na própria SOCIEDADE. Foi graças à união e, principalmente, à organização da sociedade civil que a cidade se transformou. É claro que não foi fácil, nem da noite para o dia que a mudança aconteceu. Mas você já parou para pensar no quanto a cidade deve crescer daqui a 50 anos? Mas como será esse crescimento? Foi pensando nisso que empresários e a Associação Comercial de Maringá investiram na estruturação do Conselho, uniram forças com o poder público e hoje colhem os frutos deste investimento compartilhado com toda a sociedade (um desenvolvimento sustentável).

A MATRA também participou do evento e com a experiência de quem há onze anos luta pela transparência e defende a boa aplicação dos recursos públicos em Marília, acredita que essa união pode representar um marco para o progresso da nossa cidade, assim como ocorreu em Maringá.

O presidente da MATRA, Edgar Cândido Ferreira, resumiu o que a entidade pensa sobre o assunto:

Diante da explanação feita na ACIM, o que a MATRA achou do modelo implantado na cidade paranaense por meio do CODEM?

 “A palestra foi muito elucidativa. O modelo adotado com a participação da sociedade civil organizada, propondo sugestões que atendam aos anseios coletivos e solicitando por escrito a obrigação dos candidatos a prefeito com esses compromissos, é um avanço democrático”.

 – A MATRA considera possível adotar um modelo parecido em Marília?

“Sim, desde que haja um comprometimento geral com a cidadania. Esse projeto precisa ser ancorado principalmente pelos empresários marilienses, pela necessidade de aportar recursos para o seu desenvolvimento”.

– Quais as vantagens que a MATRA vê nessa proposta para o desenvolvimento de Marília a longo prazo?

 “A possibilidade do planejamento é muito importante, porque permite pensar a Marília que queremos para o futuro”.

– Na opinião da MATRA quais são os maiores desafios para a implantação?

“Primeiro a mudança de cultura. A sociedade precisa parar de pensar em projetos com interesses individuais, precisa sim pensar no coletivo. O outro desafio é entender que o dinheiro usado nesse projeto não é despesa e sim investimento, cujo retorno para todos, sem dúvida, superará os gastos”.

– Qual é a importância do envolvimento da sociedade, dos empresários e comerciantes para que a proposta possa ser colocada em prática?

“Três pontos são importantes: 1- Reunir e pensar no que queremos; 2- Calcular o custo dessa iniciativa; e 3- Colocar dinheiro no projeto”.

– Diante disso qual é o próximo passo a ser dado?

 “Marcar já para o mês de janeiro de 2018 a 1ª reunião, com todos aqueles representantes da sociedade civil organizada que participaram da palestra na ACIM. A partir daí saberemos quais as impressões de cada um sobre o projeto e quais segmentos da sociedade estão dispostos a fazer parte dele”.

E você, pensa em mudar de cidade daqui a 20 anos ou em ajudar a transformá-la no melhor lugar do mundo para morar? Lembre-se, Marília tem dono: VOCÊ.

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