A Itália aprovou nesta segunda-feira (21), por referendo, a redução do número de parlamentares – uma reforma histórica que reduzirá em um terço as cadeiras no Congresso. O número de deputados e senadores passará de 945 para 600 na próxima legislatura.
Essa era promessa eleitoral do Movimento 5 Estrelas (M5E, um partido antissistema). O partido defendeu a reforma alegando que era preciso diminuir os custos da política. A sigla estima uma economia de € 100 milhões (R$ 637 milhões) ao ano.
A Itália tem o segundo maior parlamento da Europa, atrás do Reino Unido (cerca de 1.400) e à frente da França (925).
Com a reforma, a Câmara dos Deputados terá, a partir da próxima legislatura, 400 membros em vez dos atuais 630. Já o Senado ficará com 200 integrantes, em vez dos atuais 315.
A REPERCUSSÃO ENTRE OS POLÍTICOS
O Partido Democrata (PD), de centro-esquerda e principal aliado do M5E, e o pequeno partido Livres e Iguais, de esquerda, apoiavam a reforma. O outro parceiro do governo, o Itália Viva, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, considerava a mudança “inútil”.
Pelo espectro da direita e agora na oposição, o partido Liga, de Matteo Salvini, e o ultranacionalista Irmãos da Itália também apoiaram a reforma, e o conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi, não orientou o voto, apesar de considerar que a lei ameaça “limitar a representatividade e reduzir a democracia”.
“Esta reforma é mal feita, ela só reduz assentos de forma demagógica. Haverá partes inteiras do país que não terão representatividade”, disse Antonio Tajani, ex-presidente do Parlamento Europeu e membro do Força Itália.
*Com informações do G1 e do Estado de São Paulo
**Imagem meramente ilustrativa.