REFORMA DO ANTIGO PRÉDIO DA BIBLIOTECA JÁ DURA 4 ANOS! GASTOS PROLONGADOS COM ALUGUÉIS E DETERIORAÇÃO DE OBRAS DE ARTE COLOCAM A SOCIEDADE EM ALERTA.

Artigo de domingo

Em 05 de julho de 2018 a Prefeitura de Marília anunciou em reportagem, que pode ser conferida no próprio site do Executivo, que naquela semana tinha sido iniciada a reforma de todo o telhado do antigo prédio da Biblioteca, localizado na avenida Sampaio Vidal. No mesmo texto distribuído à imprensa o Prefeito, Daniel Alonso, ainda no primeiro mandato, afirmou: “Já foi feita a troca de todo o piso e agora, nesta nova fase, a reforma do telhado. Em breve teremos um centro cultural naquele espaço, com vários setores da Secretaria Municipal da Cultura funcionando lá”.

Refrescada a memória vamos aos fatos: Quatro anos depois de iniciada a obra e três anos após a declaração acima a reforma ainda não foi concluída!

A obra, que está sendo feita por meio de uma parceria público privada, com a participação de grandes empresas como a Construtora Menin, Maripav, Cola Bem e Marilan (conforme foi amplamente divulgado pela Prefeitura), caminha a passos lentos – o que preocupa diversos setores da sociedade, principalmente os ligados à cultura. Afinal, como foi anunciado, o prédio histórico deverá abrigar o Centro Cultural de Marília, que será a sede da Secretaria Municipal da Cultura, do Museu Histórico e Pedagógico, do Museu de Paleontologia, da Galeria Municipal de Artes, do Auditório Municipal “Octavio Lignelli”, da Sala Municipal de Projeções, do setor administrativo do Projeto Guri, da Adevimari (Associação dos Deficientes Visuais de Marília) e de um ramal da Biblioteca Braille.

O problema é que enquanto isso não acontece, a Prefeitura está pagando aluguel de imóveis particulares para abrigar algumas dessas repartições. Só com o Museu Histórico e Pedagógico são gastos mensalmente R$ 3.600,00 em uma casa na avenida Rio Branco, 1.383 – museu que por sinal está fechado há vários anos e já não recebia visitantes desde antes da pandemia. Para acomodar “provisoriamente” a Secretaria Municipal da Cultura são gastos mais R$ 1.833,34 por mês com o aluguel de uma casa na rua Lupércio Garrido, 44 – conforme dados do Portal da Transparência.

O mais grave é que mesmo pagando outros R$ 9 mil por mês de aluguel do novo endereço da biblioteca, na rua São Luiz, o local não tem capacidade para abrigar todo o material que existia no antigo prédio – como afirmou a Prefeitura em resposta a um requerimento feito pela MATRA – principalmente com relação às obras de arte: “Uma parte muito pequena do acervo público de obras da Galeria Municipal de Artes se encontra em exposição ao público espalhados por prédios públicos diversos, como a Câmara Municipal. A maior parte do acervo, tendo em vista que o prédio que vai abrigar a galeria se encontra em reforma, estão armazenados na sede da Secretaria Municipal da Cultura”. E o próprio Secretário da pasta, André Gomes Pereira, afirmou na resposta à MATRA: “A princípio as obras foram embaladas e armazenadas em condições adequadas para serem provisórias, no entanto, a conclusão das obras estão demorando mais do que a previsão inicial, nesse sentido, estão em curso medidas como a transferência integral do acervo para o Prédio do Centro Cultural, em sala onde a reforma foi concluída. Importante dizer que parte das obras do acervo, mesmo antes da mudança, já se encontrava em algum estado de deterioração, carecendo de recuperação e restauro”.

A MATRA sempre afirma: Uma coisa é gastar o dinheiro dos outros (do povo), outra é gastar o dinheiro da gente. Vejamos, a soma mensal dos aluguéis pagos nesses três anos é de R$ 14.433,34, que se investidos a custo de oportunidade de 0,5% ao mês, teríamos R$ 694.919,57 e se a bendita reforma ainda demorar mais três anos, portanto, seis anos no total, o povo pagará R$ 1.645.483,57. Mais de um milhão e seiscentos mil reais só de aluguel, enquanto isso o prédio da antiga Biblioteca, que poderia abrigar todos esses setores culturais, fica lá sem uso. Será que alguém gasta o dinheiro dele assim? Mas com o dinheiro do povo é fácil.  

Além disso a Secretaria da Cultura tem 40 servidores distribuídos em diversos prédios públicos, como também apontou o Secretário. Como parte desses prédios encontram-se em reforma, “muitos servidores foram deslocados provisoriamente para sede da secretaria e uma parte deles está em ‘Home Office’ [trabalhando de casa] para evitar aglomerações”, disse André Gomes, que concluiu afirmando que as frequências dos funcionários são verificadas por meio de relatórios enviados por eles. A Prefeitura informou que a previsão é que o Centro Cultural comece a funcionar no início do ano que vem. A maior preocupação é que até lá a deterioração do acervo municipal possa ser agravada, sem contar que quanto mais o tempo passa, maior será o gasto de dinheiro público com aluguéis para acomodar “provisoriamente” as repartições apontadas, além da situação resultar ainda, em alguns casos, no subaproveitamento de funcionários públicos alocados na Secretaria da Cultura. Fique atento, cidadão, porque Marília tem dono: VOCÊ

Acima, a publicação da própria Prefeitura que foi citada no texto.