VEREADORES: O ELEITOR NÃO VAI ESQUECER!

Artigo de domingo

Revolta, indignação e até uma certa descrença na política (o que é muito preocupante). Sentimentos comuns aos moradores de Marília depois da aprovação do pacote de Leis que resultará em um aumento de gastos públicos de mais de R$ 4,7 milhões por ano ou R$ R$ 18,8 milhões a mais por mandato, a partir da próxima legislatura (2025), como já foi divulgado pela imprensa.

Sob o comando do Presidente da Câmara Municipal, Marcos Rezende, que protocolou, fez tramitar em tempo recorde e conduziu uma votação à jato dos Projetos de Lei que, resumidamente, vão garantir aumento de salário para o Prefeito e assessores do primeiro escalão; aumento dos subsídios (salário) dos vereadores; aumento de salário para os assessores dos vereadores; aumento no número de assessores para os vereadores e de cadeiras no Legislativo – passando de 13 para 17 a quantidade de parlamentares para a próxima legislatura – a maioria dos vereadores protagonizou um dos momentos mais tristes e inacreditáveis da política mariliense. Tanto que nenhum deles que votou a favor desse absurdo, teve a coragem de subir à Tribuna e defender/justificar o seu próprio voto em favor do projeto. É como a MATRA sempre diz: criar despesas com dinheiro do povo é fácil!   

Logo na última sessão ordinária do ano, votaram tudo isso junto, sem debate entre eles ou discussão com a sociedade (que não teve nem tempo de se inteirar das propostas) e, principalmente, sem respeito e responsabilidade com o dinheiro público. Fomos atropelados por um rolo compressor que esmagou também o conceito de democracia. E a população? Quem ousou se manifestar foi deixado do lado de fora do prédio da Câmara (que deveria ser a casa do povo) – mas ao que parece, lá só pode entrar em sessão solene, para aplaudi-los. Quando é para ouvir o que a sociedade tem a dizer, as portas estão fechadas. Lamentável.

Ao defender os próprios interesses, sem debater e observar as prioridades da população em um momento tão crítico com relação à saúde pública e a situação socioeconômica do país, esses vereadores que votaram favoráveis aos projetos citados, se esqueceram do principal: que foram eleitos para serem representantes do povo! O que ficou claro, cidadão, é que assim que você deposita o voto na urna, só terá valor novamente quatro anos depois, quando, mais uma vez, esses mesmos políticos irão pedir o seu voto para te “representar” de novo. Eles apostam na “memória curta dos brasileiros”, só que os tempos mudaram e a sociedade mariliense vai mostrar para todos eles nas eleições que NÃO SERÁ ESQUECIDO O QUE FOI FEITO EM PLENA PANDEMIA! Que fique bem claro aqui: na próxima eleição municipal a MATRA vai divulgar os nomes e as fotografias de todos aqueles que votaram a favor desse amontoado de projetos que criaram milionárias despesas para o povo pagar, principalmente com os cálculos acumulados desses valores para que o eleitor se lembre do que fizeram. E mais, na mesma Sessão aprovaram um novo acordo de parcelamento de dívida/aporte para com o IPREMM (uma bomba que já explodiu faz muito tempo), e por que? Porque a parte patronal historicamente nunca foi recolhida regularmente e teve épocas que até a parte descontada do servidor também não foi recolhida, gerando sucessivos acordos. Esse tipo de gestão é altamente prejudicial a formação da reserva garantidora, ou seja, o dinheiro necessário para garantir o pagamento dos servidores aposentados, sendo então a Prefeitura (povo), obrigada a tirar do orçamento de cada ano para pagar a folha de pagamento dos aposentados. E por que isso acontece? Porque o conceito da formação da reserva é que os rendimentos (juros reais), ao longo dos anos é bem maior que os valores recolhidos pela prefeitura e servidor. O discurso que ouvimos da Tribuna da Câmara de um dos vereadores, a favor do acordo, não tem nada a ver tecnicamente com a formação de reserva de “Fundos de Previdência”. Se os prefeitos de hoje e de ontem tivessem recolhido as contribuições regularmente, não haveria necessidade de acordos e muito menos aporte, e se isso tivesse ocorrido o IPREMM hoje, seria superavitário.    

É claro que existem exceções. Não queremos generalizar, até porque dependemos da política e temos cada vez mais que colocar nestes postos pessoas realmente comprometidas com o bem comum, como fizeram neste caso, os vereadores Agente Federal Júnior Féfin, Evandro Galete e Eduardo Nascimento – que votaram contra os projetos que representarão aumento de despesas para a população. Também destacamos os votos contrários ao aumento do subsídio dos vereadores, dados pelos vereadores Marcos Custódio e Élio Ajeka –  embora ambos também tenham votado favoráveis aos demais projetos contrários ao interesse público, já citados neste texto.

Vem aí a segunda votação para o aumento proposto no número de vereadores. Ainda dá tempo de desfazerem pelo menos uma parte do mal que fizeram atropelando o interesse público na última sessão. Fique atento, cidadão, porque Marília tem dono: VOCÊ!