O QUE HÁ POR TRÁS DE TANTAS URGÊNCIAS DE VOTAÇÃO?
Mecanismo de urgência tem sido banalizado para acomodar interesses de ocasião, diz Roberto Livianu, do Instituto Não Aceito corrupção. ler
Os projetos de lei têm sido em sua maioria aprovados sem passar por comissões e sem debate qualificado, centralizando-se de forma abusiva a tomada de decisão na figura dos líderes partidários, verdadeiros coronéis políticos.
Essa prática é possível pelo uso do instrumento regimental denominado “urgência de votação”. Nessas situações, os deputados (e a população por eles representada) não têm oportunidade de votar.
Quem vota é só o líder de um bloco de partidos, que muitas vezes sequer conhece com profundidade o teor do projeto. Essa realidade cria profunda fissura democrática e dano à representatividade política.
Antes da era Arthur Lira, nos 3 anos que antecederam sua assunção à presidência da Câmara, foram ao todo 261 urgências de votação, o que já representava alto patamar. Sob sua batuta, o que era ruim piorou muito em matéria democrática –em pouco mais de 2 anos, tivemos mais de 360 requerimentos aprovados.
De janeiro a 26 de outubro de 2023, já foram 115 –um aumento superior a 100%–, o que significa elevada deterioração dos debates e da participação da sociedade.
Os dados foram levantados e divulgados por Roberto Livianu, idealizador e Presidente do Instituto Não Aceito Corrupção.
Leia a íntegra da coluna publicada no jornal digital Poder360:
(https://www.poder360.com.br/opiniao/o-que-ha-por-tras-de-tantas-urgencias-de-votacao-na-camara/)
O curioso é que esse mecanismo não é usado apenas no âmbito Federal. Na Câmara Municipal de Marília, por exemplo, o “regime de urgência” também é amplamente utilizado.
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*Fonte: Roberto Livianu (Instituto Não Aceito Corrupção)
**Imagens meramente ilustrativas.