O deputado-presidiário Natan Donadon (sem partido-RO) deve, ainda este ano, voltar a ter seu mandato submetido ao plenário da Casa. Nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Câmara ouviu duas testemunhas de defesa de Donadon. O relator do processo no conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), considerou o depoimento do ex-motorista Agenor Batista, e do ex-secretário parlamentar de Donadon, Givaldo Rodrigues Melo, “fraquíssimos”.
– Mais atrapalharam que ajudaram – disse Araújo.
O conselho investiga até o fato de Donadon ter votado na sessão que manteve seu mandato. Batista estava dentro do plenário e teria avisado ao deputado que ele poderia votar. Perguntado por Araújo como entrou no plenário, respondeu:
– Todo mundo entra no plenário. Basta estar com o deputado – disse Batista.
– Você aprendeu rápido – disse Araújo.
– Aqui na Câmara ou você aprende ou é jogado fora dela – rebateu Batista.
O advogado de Donadon, Michel Saliva, entende que seu cliente está sendo perseguido.
– Por que ele não poderia votar? Se ainda mantém seu mandato! – disse o advogado.
Araújo deixou claro que irá pedir a cassação de Donadon.
– Trabalho nessa linha (de pedir a cassação). O Brasil inteiro não aceita um deputado preso com mandato na Câmara – disse o relator.