Quem o visse falar,
Ficava maravilhado,
já que ele falava
defendendo povo roubado.
Naqueles anos sombrios,
De chumbo e repressão,
Ele gritava bonito,
Contra a corrupção.
Devagar foi armando,
Defendendo o povo sofrido,
A quem foi conquistando.
Com seu abraço fingido.
Assim foi eleito prefeito,
Enganando muita gente,
E com o engano desfeito,
Surgiu o coronel indecente.
Aliou-se a outros ladrões,
Roubando a população,
Fez fortuna com os tostões,
E foi morar numa mansão.
Comprou fazendas e gado,
Ficando mais rico ainda,
Gastando muito dinheiro,
com mulheres e baralho.
Para evitar a cadeia,
Comprava quem se vendia,
De juiz a jornalista,
Pela cidade inteira.
Também comprou jornal,
Rádio e televisão,
Escondendo todo o mal,
De toda população.
Enquanto roubava horrores,
E o seu poder só crescia,
Fazia bandidos sucessores,
Surrando quem o combatia.
Um dia a máfia brigou,
Pela divisão da propina.
Foi só fogo que rolou,
Entre a turma rapina.
A máfia da politicalhada,
Ia além do reino abestado,
E apoiado pela canalhada,
Foi promovido a deputado.
Mas os crimes estão vindo à tona,
Esclarecendo eleitores resistentes,
Que se continuarem votando nele,
Também são bandidos indecentes.
A mim quem compra voto,
É igual quem vende o voto.
Meu voto jamais eu vendo
Pois com ele, eu me defendo.
E me defendo principalmente,
De todo candidato incoerente,
Que critica quem rouba o povo
E termina roubando-o igualmente.
Márcia de Oliveira
jornalista