CPI da Covid: Ex-Presidente do Comus e Superintendente do HBU foram ouvidas

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Os depoimentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, na última sexta-feira (8), no plenário da Câmara Municipal, expuseram o desgaste da ex-presidente do Comus (Conselho Municipal da Saúde) Tereza Machado, que culminou com a saída dela do órgão e a atuação do HBU (Hospital Beneficente Unimar) no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

“Defendo o SUS (Sistema Único de Saúde) e sempre trabalhei no sentido de contribuir para que o sistema seja cumprido no município. Sou contra o fechamento das UBSs (Unidade Básica de Saúde) e a criação de USFs (Unidades de Saúde da Família) em diversos bairros da cidade”, enfatizou Tereza Machado, que deixou o comando do Comus há alguns meses. As informações são do Jornal da Manhã.

Quando ficou sabendo da mudança na unidade de saúde do Jardim Bandeirantes (zona oeste), a ex-presidente do Comus tomou algumas medidas. “Consultei os conselhos em níveis estadual e federal, que reiteraram a importância de se cumprir as diretrizes do SUS, ou seja, mantendo as UBSs, ao invés de transformá-las em USFs”.

Relato de que a unidade de saúde do bairro São Miguel parou de atender assintomáticos para assistir apenas casos de monitoramento de pacientes Covid foi feito por Tereza. “Quem defende a Constituição Federal jamais faria um atentado contra a pessoa, como classifico esta medida. No momento de pandemia, transformar UBSs em USFs é desumano. Isso trouxe insegurança aos funcionários das unidades do Jardim Bandeirantes, São Miguel, JK e Costa e Silva. Estes servidores não foram comunicados. Aliás, este chamamento público para terceirizar os serviços está sub judice”.

HBU

No segundo depoimento do dia, a superintendente do HBU, Márcia Mesquita Serva Reis, ressaltou que a Prefeitura instalou 10 leitos de UTI (Unidade de Terapias Intensiva) inicialmente. “Durante a pandemia estes se transformaram em 26 leitos de UTI. Os recursos vêm do governo federal. Somos um hospital de gestão plena e as todas pactuações nossas se iniciam com o governo municipal. Conforme encaminhamos em documentos, todos estes leitos Covid fizeram parte de termos aditivos, através do modelo tripartite”.

Márcia mencionou o período de dificuldades enfrentado. “Pelo que a gente viveu, ficamos em vários momentos com 100% de ocupação dos leitos de UTI. Por um tempo tivemos um colapso da nossa rede. Não acredito que faltaram recursos. De fato, o governo federal foi bem rápido com as portarias para a instalação dos leitos Covid”.

A Secretaria Municipal da Saúde e a Prefeitura deram a devida atenção para o hospital, conforme a superintendente. “A minha linha de trabalho sempre foi muito técnica, então meu contato sempre foi com o secretário Cássio, a Edinalva e antes o secretário Ricardinho, mas sempre fomos bem atendidos”.

O HBU teve que dispor de recursos próprios devido à emergência do momento. “Organizamos tudo com o nosso capital de giro e estes leitos de alta complexidade eram pagos com os faturamentos, inicialmente. Posteriormente, os recursos vinham através das portarias do governo federal.

Tivemos um pouco de dificuldade, devido à suplementação orçamentária. Temos 26 leitos SUS, sendo que 10 deles foram transformados em leitos Covid. Para uma diária do paciente não Covid, o SUS remunera R$ 473,00 e para paciente Covid R$ 1.600,00. Então, pactuamos com o município uma contrapartida para mantermos estes leitos abertos. Estes recursos do começo do ano passado que estavam atrasados recebemos faz apenas alguns dias”.

Na sequência, o governo estadual teria impulsionado outros 10 leitos de enfermaria para atendimento Covid.

Márcia Mesquita Serva Reis destacou a importância dos hospitais no combate à Covid. “Temos indicador de 16% de óbitos apenas do total de atendimentos a pacientes com o Coronavírus. Com estes números podemos constatar a importância do nosso trabalho”.

*Fonte: Jornal da Manhã.

**Imagem meramente ilustrativa.