O prefeito de Marília, Daniel Alonso (PSDB), negou veementemente ter realizado qualquer reunião em seu gabinete, com secretários e assessores, para definir o que seria feito com a carne da merenda escolar que acabou estragando na Divisão de Alimentação Escolar do Município, antiga “cozinha piloto”, em janeiro deste ano.
“Jamais tive informação, conhecimento, seja ele verbal ou escrito, de que estaria ocorrendo algum problema nessa câmara fria. Nós herdamos este problema da câmara fria que estava lá havia muitos anos. Nós abolimos esse sistema de estocagem e distribuição. O resultado foi visível, somente no primeiro semestre deste ano economizamos cerca de R$ 800 mil com a mudança no sistema de gestão”, disse o prefeito.
O prefeito foi ouvido após o ex-secretário municipal da Educação, Beto Cavallari, dizer que informou o chefe do Executivo municipal e seu ‘núcleo de poder’ sobre os problemas que culminaram no desperdício de mais de 7 toneladas de carne, que seriam destinadas à merenda escolar (rede municipal e estadual de ensino).
No dia anterior o Secretário Municipal da Fazenda, Levi Gomes, e o Assessor Especial de Assuntos Estratégicos, José Alcides Faneco, então secretário de Administração durante os episódios investigados, também negaram qualquer responsabilidade ou que tenham sido procurados por Beto Cavallari sobre o tema.
Levi Gomes, inclusive, protagonizou uma discussão com o Presidente da CPI, Luiz Eduardo Nardi, ao acusar a Comissão de não ser imparcial e estar supostamente recebendo influências externas. Crísticas que foram rebatidas pelos vereadores Nardi e Maurício Roberto, relator da CPI.
SINDICÂNCIA
Além da CPI, uma Sindicância e uma Ação Civil Pública do Ministério Público acompanham a questão.
A sindicância interna, aberta pela Corregedoria da Prefeitura, já foi concluída e com base no relatório que não foi divulgado na íntegra ainda, a Procuradoria Geral do Município ajuizou uma ação de cobrança no valor de R$ R$ 161.775,00 contra a então coordenadora administrativa de alimentação escolar, Dolores Domingos Viana.
A portaria publicada no Diário Oficial da cidade e assinada pela corregedora-geral do município, Valquíria Galo Febrônio Alves, instaura ainda um processo administrativo que será conduzido pela Comissão Processante Disciplinar Permanente contra a nutricionista Cláudia Silvana de Campos.
Sobre esse assunto o Prefeito, Daniel Alonso, disse que não cabe a ele punir ou inocentar ninguém. Esse trabalho é da Corregedoria, que fez a investigação.
Ao todo onze pessoas já foram ouvidas pelos membros da CPI e diante das discrepâncias nos depoimentos de algumas testemunhas, o presidente da Comissão, Luiz Eduardo Nardi, afirmou que ainda deve convocar mais algumas testemunhas, antes de encerrar a fase de oitivas. Nardi não descartou também a necessidade de ter que convocar novamente algumas textemunhas que já foram ouvidas para “dirimir dúvidas”.
(com informações do Marília Notícia)