DENGUE: Alerta da Sucen para Prefeitura rever ações completa um ano

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A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) alertou a Prefeitura sobre a necessidade da Secretaria Municipal da Saúde reformular as ações de controle da dengue. O aviso foi feito em janeiro de 2014 e mencionado recentemente ao Ministério Público, nas declarações do serviço sobre o combate à epidemia. O serviço estadual informou o alerta feito à administração municipal para o promotor de Justiça da Saúde Pública, Isauro Pigozzi Filho, que tem cobrado o poder público quanto ao combate da dengue.

A Superintendência de Controle de Endemias ressaltou ainda que desde 2013 não há mais interrupções no ciclo de transmissão da doença durante o período do inverno, o que era comum até então. Esse agravamento e os dados obtidos pela Sucen tornaram previsível a epidemia atual, conforme foi relatado ao MP (Ministério Público). O último índice de Breteau (índice larvário do mosquito transmissor) de Marília, informado pelo serviço, é de 5,7. Isso significa 5,7 criadouros do Aedes aegypti para cada cem imóveis vistoriados. O Ministério da Saúde entende como tolerável índice de até 1%. De 1 a 3,9 a situação já é de alerta e superior a 4 é encarada como preocupante por indicar risco epidêmico.

De 16 de novembro a 5 de dezembro foi feita uma nebulização de inseticida em Marília, com aplicação de 2.564 litros do veneno. Porém, a medida não se repetiu mais nem nos bairros com novos casos em 2015. O secretário municipal da Saúde, Luiz Takano, informou ao promotor, na última segunda-feira, que nova pulverização não foi possível até o momento porque a Prefeitura ainda não atingiu 80% de cobertura no mutirão de busca e combate de criadouros.

Segundo as informações da Secretaria da Saúde, 27,44% dos 28.904 imóveis visitados não puderam ser vistoriados por estarem fechados, abandonados ou por resistência dos proprietários. “A Prefeitura informou que a aplicação do inseticida só será eficiente se os agentes de saúde entrarem nos imóveis para eliminar os criadouros antes”, frisou o promotor Isauro Pigozzi Filho.

O Ministério Público apoia a decisão municipal de autuar os proprietários que insistirem em manter criadouros do mosquito Aedes aegypti, com valores de R$ 180,00 a R$ 720,00. E também nos casos de imóveis fechados, cujos proprietários não são localizados, com penalidade de R$ 1 mil a R$ 5 mil. Além do secretário da Saúde, na reunião da última segunda-feira o promotor de Justiça da Saúde Pública recebeu autoridades da Divisão Municipal de Zoonoses, da Vigilância Sanitária, do DRS IX (Departamento Regional de Saúde de Marília) e Sucen (Estado).

O MP informou que vai acompanhar as medidas tomadas pelo poder público, não só no controle da epidemia, mas no atendimento à população. “Temos recebido várias denúncias da população e hoje é sabido que Marília encontra-se no último estágio da dengue, em situação epidêmica de emergência. As pessoas precisam do atendimento e cabe a Saúde Pública ter um plano estratégico para a garantia desse direito”, informou Pigozzi. Como parte desse plano estratégico começou a funcionar nesta semana uma unidade anexa à UBS Cascata exclusivamente para tratar e acompanhar pacientes com dengue.

Fonte: Jornal da Manhã