A greve dos servidores municipais por tempo indeterminado tem início hoje (14). O Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília) convocou a categoria para mobilização a partir das 8h, defronte à Prefeitura. “Estou sentindo uma indignação muito grande dos servidores da educação. Esperamos que os funcionários de outras áreas também parem suas atividades em protesto”, salientou o presidente do Sindimmar, Mauro Cirino.
Na Garagem da Prefeitura, o sindicato acredita que a adesão também deva ser grande. “Sinto que as pessoas estão mesmo determinadas a entrar em greve, ainda mais depois do aparato policial montado na porta da Câmara Municipal, impedindo a entrada dos servidores para acompanharem a votação. Nos trataram como bandidos”.
Os servidores reivindicam 8,42% de reposição salarial de perdas com a inflação mais 10% de aumento real. A Prefeitura ofereceu 4,50% de reajuste, índice rejeitado pelos servidores em assembleia realizada na última sexta-feira em frente ao Paço Municipal. Mesmo assim, o prefeito Vinícius Camarinha (PSB) encaminhou projeto de lei à Câmara Municipal, que por maioria dos votos aprovou a matéria em sessão extraordinária na manhã da última terça-feira (12).
A categoria ainda pede a regulamentação da aposentadoria especial, o adicional de periculosidade para quem anda de motocicleta, o pagamento das licenças-prêmio em atraso, a retomada da progressão por mérito, o pagamento de um terço das férias em dinheiro e do depósito dos vencimentos na conta dos servidores no último dia do mês – hoje acontece no 5º dia útil. “Vamos aguardar nova proposta da Prefeitura e podemos discutir, inclusive o fim das terceirizações, que atrapalham ainda mais a vida do servidor. Com o dinheiro que já foi pago para esta empresa que está fazendo a coleta de lixo poderíamos comprar um caminhão por mês e consertar os demais que se encontram em péssimo estado”, comentou o sindicalista.
A Prefeitura estaria mentindo para o servidor ao dizer que não tem condições de conceder aumento de 8,42%. “Em audiência pública este ano o secretário da Fazenda Sérgio Moretti disse que as finanças do município estavam estáveis, os servidores poderiam ter o reajuste baseado na inflação de março – de 7,2%. Mas isso não aconteceu e a Prefeitura mandou projeto, já aprovado pela Câmara, repassando apenas 4,50% de reajuste”.
Mauro Cirino lembrou que os servidores não devem ter medo de aderir à greve. “Estamos fazendo tudo certinho e a greve não será considerada ilegal pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Podem ficar sossegados. Fizemos a comunicação correta, protocolamos o documento na Prefeitura, publicamos em veículos de comunicação. Enfim, os trabalhadores não terão prejuízos ao pararem duas atividades, pois trata-se de um direito previsto por lei”.
O Sindimmar orienta os servidores que assinem a lista de presença de adesão à greve, que será entregue nas repartições públicas. Desta forma, é possível que eles evitem possíveis faltas e descontos nos salários. Serviços essenciais O sindicato dos servidores garantiu que os serviços essenciais serão mantidos. “Teremos 30% de funcionários trabalhando nas áreas da saúde, abastecimento de água, coleta de lixo e segurança”.