Desde 2013, a Prefeitura já pagou R$ 5.676.251,66 em publicidade institucional. Corrigido pela inflação a quantia é de R$ 6.190.923,63. Em 2013 os gastos chegaram a R$ 1.049.406,20; em 2014 as despesas somaram R$ 1.952.067,17; em 2015 foram gastos R$ 2.100.847,20; e neste ano foram pagos R$ 573.931,09. As informações estão disponíveis no portal da transparência do site institucional da prefeitura.
O dinheiro é repassado a uma empresa, vencedora de um processo licitatório, responsável por fazer o material publicitário da Administração. Depois a publicidade é repassada para diversas mídias sociais. Atualmente, a empresa contratada pela Prefeitura para fazer as propagandas é a Sotaque Brasil Publicidade e Propaganda. Anteriormente, a empresa responsável era a Única Propaganda.
O problema é que não há informações de quais veículos de comunicação estão recebendo verba para veicular as propagandas institucionais. Por isso, além de questionar os altos gastos com publicidade, a MATRA quer saber quais são essas empresas e quem são os proprietários. O objetivo é saber se alguns veículos de comunicação estão sendo privilegiados e se há vínculos entre a administração e as mídias.
Este fato é tão importante que em janeiro deste ano o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) teve seu diploma cassado e se tornou inelegível por oito anos em decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Para o relator do processo, o desembargador Mário Devienne Ferraz, Camarinha “tinha vínculos” com os proprietários dos periódicos “Correio Mariliense” e “Diário de Marília”, sendo nitidamente favorecido nas eleições de 2014 por uma série de chamadas jornalísticas que objetivaram alavancar a candidatura do político.
Para a MATRA, os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade devem ser rigorosamente seguidos pela Administração Pública. Daí a motivação da entidade em saber quais veículos de comunicação estão recebendo verba pública para veiculação de propaganda institucional.