É mesmo difícil de acreditar que um problema que se arrasta há décadas, com um histórico de multas, danos ambientais e que atualmente consome mais de um milhão de reais por mês pode se transformar em fonte de recursos para o Município. Mas é nisso que ACREDITAMOS e fomos atrás de quem entende do assunto para viabilizarmos uma solução.
Cansados de esperar por uma solução do Poder Público, entidades como a OSCIP Matra, a Ong Origem, o Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Conselho da Cidade, representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Limpeza Pública, dentre outros voluntários, estão há mais de um mês debruçados na organização de uma PLENÁRIA DO LIXO.
Esta não é a primeira vez que a Matra alerta sobre o problema e a necessidade de se buscar uma solução definitiva para a destinação do lixo produzido em Marília. Recentemente, em outra publicação sobre o assunto, destacamos que em junho de 2011 a Matra já havia realizado uma plenária sobre o lixo, mas depois de oito anos sem nenhuma ação concreta neste sentido por parte do Poder Público, era preciso voltar a chamar a atenção e discutir o tema que preocupa tanto a sociedade. Estávamos tão certos que no Workshop do CODEM (Conselho de Desenvolvimento Estratégico de Marília), realizado em abril deste ano, a maioria dos mais de 140 participantes, de diversas entidades e segmentos da sociedade, elegeu a ausência de um plano de gestão de resíduos sólidos e a falta de coleta seletiva como alguns dos principais problemas a serem corrigidos e que prejudicam o desenvolvimento do Município.
A situação é tão grave que além da Prefeitura gastar mensalmente cerca de R$ 1,4 milhão, equivalente a R$ 17 milhões por ano ou R$ 76 milhões em apenas um mandato (cálculos da Matra), para a empresa contratada emergencialmente coletar uma parte do lixo produzido na cidade e transportar todas as 240 toneladas de lixo recolhidas diariamente para aterros regulares em outras cidades, o Município ainda é alvo de investigação pelo Ministério Público e já foi multado oito vezes pela CETESP (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), no valor total de aproximadamente R$ 340 mil – só na atual gestão.
Mas ocorre que no mesmo Workshop do CODEM os participantes também apontaram o lixo como OPORTUNIDADE para o futuro, uma vez que, à exemplo de Marília, vários municípios enfrentam problemas semelhantes e gastam elevadas quantias para dar destinação aos resíduos produzidos. Neste sentido, quem encontrar uma solução primeiro poderá transformar o problema do presente em uma fonte de recursos no futuro, absorvendo a demanda das cidades vizinhas, por exemplo. Esse é o objetivo da Plenária, que será realizada em agosto.
A proposta é ouvir especialistas e autoridades sobre o assunto para debater ideias, trocar experiências e, principalmente, apresentar alternativas ou possíveis soluções para a destinação do lixo. Tudo isso de maneira objetiva e transparente para toda a sociedade – que passará a cobrar do prefeito atual e dos futuros candidatos ao cargo máximo do executivo municipal nas eleições de 2020 a viabilização das propostas.
Para se ter uma ideia de onde podemos chegar, empresas que dispõe de tecnologias neste sentido também estão sendo contatadas e já temos retorno de que há investidores internacionais dispostos a financiar projetos para transformar o lixo em energia elétrica, por exemplo, a custo zero para o Município – que basicamente só teria que disponibilizar o local para a construção de uma usina (que pode ser a própria área do antigo aterro sanitário) e o material (lixo) para o processamento.
“Infelizmente passaram-se os anos, nenhuma providência foi tomada, muito dinheiro público foi investido e, portanto, já passou da hora de Marília dar uma destinação adequada ao lixo produzido na cidade. Pelo que debatemos até agora e que deve ser apresentado na plenária, de maneira planejada e sustentável é plenamente possível tornar esse enorme problema atual em uma fonte de recursos para Marília com geração de receita para o Município”, disse Edgar Cândido Ferreira, Vice Presidente da Matra.
Para a ambientalista e membro da Ong Origem, Suzana más Rosa, que também ajuda na organização da plenária, o problema é muito sério e precisa ser encarado com responsabilidade pelos gestores municipais, tanto do ponto de vista econômico como ambiental: “Parece que não há interesse em solucionar o problema pela raiz e sim adotar medidas que são provisórias e que estão trazendo um custo enorme para o Município. Assim, reunir uma equipe com pessoas com diferentes opiniões e conhecimento na área vai ser importante para subsidiar a Prefeitura a trazer soluções que sejam realmente adequadas e viáveis para Marília”, afirmou.
Com previsão para agosto, o dia da Plenária do Lixo será divulgado em breve, mas a organização do evento quer que todas as pessoas interessadas em contribuir nesse processo sintam-se, desde já, convidadas a UNIR FORÇAS nesta luta pelo desenvolvimento sustentável da nossa cidade. Porque Marília tem dono: VOCÊ!