Seguem paralisadas as obras de afastamento e tratamento de esgoto de Marília. O motivo continua sendo a falta de pagamento à empreiteira responsável pelo serviço, a OAS, que é investigada por suposto envolvimento em corrupção pela operação Lava Jato, da Polícia Federal. Com prazo de entrega para o mês de agosto, as obras sequer atingiram 50%. De acordo com as informações apuradas pelo Jornal da Manhã, os cerca de 50 funcionários que atuavam na obra realizada com recursos, a fundo perdido, do Governo Federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), foram orientados pela empreiteira ainda no início de junho a paralisar as atividades e desde então ela não foi mais retomada.
Questionada pelo Jornal da Manhã, a OAS confirmou através de nota que as obras estão paralisadas devido ao atraso no repasse das verbas definidas por contrato para a realização dos serviços. “A empresa está em busca da regularização e da equalização do caso com a Prefeitura Municipal de Marília para a retomada dos trabalhos o mais rápido possível”, diz a empreiteira, em trecho.
“A OAS reitera que preza pela excelência de seus serviços, para os setores público e privado, fornecendo qualidade na execução e no cumprimento de seus projetos”, completa o documento. A reportagem também procurou a prefeitura, que não havia se manifestado até o fechamento desta edição. No início de junho, porém, a Administração Municipal afirmou ter notificado a OAS pelo não cumprimento dos acordos contratuais, além de confirmar que a conclusão deveria ocorrer 24 meses após o início das obras, prazo este que se encerra nos próximos dias.
“Depois de 22 meses, apenas 45% dos serviços estão prontos”, disse, em nota, na ocasião. A prefeitura também divulgou na época que a empresa havia solicitado um reajuste contratual, que não foi aceito. “Como (a empreiteira) ainda não cumpriu o prazo inicial, a Prefeitura não concordou (com o reajuste contratual)”.
O Jornal da Manhã também entrou em contato com o Ministério das Cidades, porém não obteve retorno. Oficialmente lançada no dia 29 de agosto de 2013, a obra do esgoto é considerada histórica e engloba três bacias: a do bairro Barbosa, do Pombo, e do Palmital. Juntas, as três estações tratarão mais de 52 milhões de litros de esgoto por dia. O custo total da obra é de R$ 106 milhões. Até junho, R$ 18 milhões haviam sido repassados pelo PAC do governo federal e R$ 4 milhões pela prefeitura.