10 a 3. Já era esperado. Esse “placar” na Câmara Municipal de Marília já virou rotina. Tudo o que não interessa à administração municipal e à bancada governista, se transforma em derrota para a sociedade.
Na sessão da última segunda- feira, finalmente, foi colocado em votação o projeto da ONG Marília Transparente (Matra) que já “dormia” nas gavetas oficiais há muito tempo, propondo modificação na Lei Orgânica do Município para que seja mantido o número de 13 vereadores na Câmara local. Bem, se o projeto foi derrotado por 10 a 3 (os votos favoráveis foram dos vereadores Cícero do Ceasa, Wilson Damasceno e Mário Coraíni, como sempre) já se deduz que há intenção da maioria dos vereadores em aumentar o número de cadeiras no Legislativo para 17 ou 19 edis.
Até agora não há nenhum projeto neste sentido, mas também não se descarta a possibilidade de entrar na pauta ao apagar das luzes, antes do encerramento do ano legislativo, em alguma sessão na calada da noite. Para que possa valer no próximo mandato há necessidade de se aprovar o aumento de vereadores ainda este ano.
Infelizmente não tem havido transparência nesse sentido e muito menos consulta popular, mesmo porque os vereadores sabem muito bem que andam em baixa com a sociedade. Qualquer pesquisa que seja feita com a população certamente haverá grande maioria contrária ao aumento no número de cadeiras na vereança mariliense.
Afinal de contas, isso significa aumento de gastos com salários e funcionários, ainda mais em tempos de violenta crise econômica e recessão. Tanto que a administração municipal vem reclamando há muito tempo do “caixa baixo” e das dificuldades para saldar dívidas, pagar fornecedores e dar aumento de salário para os servidores públicos municipais. Reposição da inflação então… nem pensar! Os salários estão bastante defasados, o que resultou em greve de mais de um mês neste ano. Sem qualquer resultado positivo para os servidores!
Portanto, não é hora e nem conveniente para os vereadores tentarem resolver os seus problemas particulares, com medo de não se reelegerem na próxima eleição. Aumentar o número de vagas na Câmara Municipal não é a saída para tentar se manter no cargo. Isso pode revoltar ainda mais a população e o castigo será mais pesado nas urnas. Hoje já se fala em renovação em mais de 50% no Legislativo mariliense.
Aliás, a população também apoia a redução dos salários dos vereadores, como já vem acontecendo em muitas cidades, principalmente no estado do Paraná. Projeto do vereador José Bássiga Goda, que reduz o valor para o salário mínimo nacional, apresentado no começo do ano, até agora não foi à votação. Continua “trancado” na gaveta oficial do Legislativo.
Editorial do Jornal da Manhã – 25/11/2015