Pesquisa do movimento Agora!, em parceria com o instituto Ideia Big Data, mostra que, para 49% da população, acabar com a corrupção deve ser a prioridade do próximo governo. Em segundo lugar, no levantamento estimulado, aparece melhorar a educação, com 45%, seguido da saúde, com 42%. Melhorar a segurança pública está em quarto lugar, com 29,5%.
Cada entrevistado apontou quais devem ser as duas prioridades mais urgentes do (a) próximo (a) presidente do Brasil. Foram ouvidas 3 mil pessoas, via telefone, entre os dias 8 e 15 deste mês, em 22 estados e no Distrito Federal.
Para Humberto Laudares, um dos fundadores do Agora!,—movimento que quer renovar a política — embora a preocupação da população com a corrupção fosse esperada, por causa dos escândalos recentes, o resultado da pesquisa não deixa de ser surpreendente. “Vamos discutir mecanismos institucionais e políticas públicas que possam minimizar a corrupção, como fortalecimento de controles e, obviamente, transparência bem mais radicalizada, seja nos governos, seja no ambiente político. Esse é um debate importante para o ano eleitoral”, disse Laudares.
Questionado sobre o fato de segurança pública ter aparecido apenas em quarto lugar entre as prioridades elencadas pelos entrevistados, o presidente da Ideia Big Data, Maurício Moura, ressaltou que o levantamento foi feito em todo o país, inclusive em cidades do interior. “Se for quebrar para as cidades mais violentas, pula para primeiro lugar. A gente percebe em outras pesquisas que a segurança ganhou um peso maior do que nas eleições anteriores”, disse Moura.
Entre as principais causas da violência apontadas pelos entrevistados em suas cidades, impunidade está em primeiro lugar, com 30,8%. Em segundo lugar está falta de emprego, com 29,8%, seguida de “excesso de bandidos”, com 20%. Número insuficiente de policiais ficou em quarto lugar, com 10,5%.
Em outra parte do levantamento, 77% concordaram com a frase “não existe salvador da pátria na política”, e 64% com “o próximo presidente deve estar fora da polarização política”.
Acesso ao poder público
O Agora! também perguntou sobre a utilização de aplicativos do governo no celular, e apenas 12,5% responderam que têm baixado ou já baixaram alguma vez esses programas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.
Um dos grupos de trabalho do Agora! é sobre governo e tecnologias e tem como objetivo aprimorar a gestão pública. “Esse tema é muito caro à gente, não por achar que seja uma panaceia, mas por questão de facilidade, simplicidade na prestação de serviços”, disse Humberto Laudares.
No levantamento, 16,8% disseram que baixaram no celular o aplicativo da Caixa Econômica Federal, 11% o do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e 8,8% o do Imposto de Renda/Receita Federal. Ainda nesse assunto, 58% concordaram com a frase “gostaria que mais tecnologia fosse empregada por parte do governo para melhorar minha vida”.
Fonte: O Globo