O novo Presidente da Câmara Municipal de Marília, Marcos Rezende, reuniu a imprensa na tarde da última sexta-feira (25/01) para fazer um balanço dos primeiros vinte e cinco dias de gestão da nova mesa diretora da Câmara.
Durante a conversa com os jornalistas, da qual também participaram os vereadores Evandro Galete e João do Bar, Rezende falou em buscar a harmonia entre os poderes, fortalecer o diálogo e a transparência dos atos do Legislativo. Ele também disse que pretende promover a digitalização de todos os documentos e criar o “arquivo público legislativo”, facilitando o acesso das pessoas à tudo o que acontece na casa de leis, ajudando a preservar a história do Município.
Contudo, ao elencar os projetos previstos para os próximos dois anos, anunciou alguns investimentos polêmicos como a contratação de uma empresa de publicidade para divulgar o trabalho dos vereadores: “Os vereadores aqui trabalham de domingo à domingo. São inúmeros compromissos, atendimento à comunidade, encaminhamentos de pedidos, de projetos e emendas… Enfim, uma série de ações que o vereador tem e que é fundamental que agente utilize os veículos de informação para demonstrar aquilo que essa casa vem fazendo para ajudar a cidade e que muitas vezes não é demonstrado”, disse Marcos Rezende para justificar a necessidade do investimento em publicidade.
Rezende também já abriu uma licitação para contratação de uma emissora de rádio para a transmissão das sessões camarárias. Segundo ele é preciso facilitar o acesso para que um maior número de pessoas possam acompanhar as sessões: “Nós temos a Tv Câmara, mas a rádio também é importante”, completou o presidente que afirmou ainda estar em estudo a implantação da “Rádio Câmara”, nos mesmos moldes da TV Câmara.
Durante a entrevista, Marcos Rezende, confirmou a intenção de propor o aumento no número de assessores dos vereadores. Atualmente cada vereador tem direito a um assessor direto em seu gabinete e a proposta, segundo ele, é dobrar esse número. “Nós não temos a mínima condição de conduzir os nossos trabalhos com apenas um assessor. A Câmara nossa é extremamente enxuta e os vereadores tem muitas demandas para serem resolvidas. Nós temos que ter aqui as condições de atendermos as pessoas que mais precisam e o vereador, se não todos a grande maioria, trabalha e além do seu trabalho tem a atividade política”, concluiu o vereador, que embora tenha falado várias vezes em valorizar o trabalho dos servidores do Legislativo durante a entrevista, afirmou que esse cargo deverá ser comissionado (sem a necessidade de concurso público).
A Matra lembra que até 2015, além do chefe, os vereadores contavam com dois assessores. Cargos que foram extintos por decisão do TJ (Tribunal de Justiça), após denúncia da Matra ao Ministério Público Estadual que constatou que as funções comissionadas em questão possuíam atribuições técnicas, típicas de ocupantes de cargos efetivos aprovados em concurso público. Desde então o Legislativo mariliense passou a ter 42 cargos comissionados a menos, que somados aos outros 15 cargos comissionados extintos no DAEM no mesmo ano, representou uma economia de aproximadamente R$ 7,5 milhões por ano aos cofres do Município.
Em tempos de contenção de despesas e otimização dos recursos em busca da melhoria dos serviços públicos, as declarações dadas pelo atual presidente da Câmara parecem ir de encontro e não ao encontro dos anseios da população. Vamos aguardar, afinal, como o próprio presidente disse na entrevista o diálogo deve nortear a gestão.