O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) liberou ao temmais.com o relatório completo da fiscalização feita na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Célio Corradi, no último dia 28 de abril.
Supostos problemas envolvendo a qualidade da merenda foram antecipadas pelo órgão fiscalizador logo após a operação, que visitou unidades escolares de todo o Estado. Na ocasião, a prefeitura negou irregularidades na comida. O documento completo traz novos apontamentos.
Conforme apontou o site de notícias, uma das situações mais graves envolve o transporte escolar, com mais de 10 anos de fabricação e pneus fora “condições aceitáveis de utilização”. Falta de extintor, sujeira, bancos rasgados e monitora sem identificação também foram anotados.

Também consta que a escola não possui Alto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), também chamado popularmente de alvará dos bombeiros.
Quanto à infraestrutura da unidade escolar, foram apontados sinais de infiltração em vários pontos, portas precisando ser trocadas e pintura desgastada, além de sinais de bolor e pisos danificados, bem como marcas de fuligem de um incêndio ocorrido anos atrás.
“Importante salientar que houve a aquisição de tinta para a pintura da unidade escolar, a qual está estocada nos corredores da escola desde o ano de 2021”, consta no relatório. “Muitas rachaduras no piso e nas arquibancadas da quadra esportiva”.
Sobre bebedouros foram anotados azulejos encardidos e “produtos de limpeza sobre mesas e cadeiras posicionados muito próximos à entrada da cozinha e à janela em que é feita a distribuição de alimentos para as crianças, situação que pode dar causa à contaminação de alimentos”.
Nos banheiros, além de fiação exposta, foi constatada ausência de sabão para higienização das mãos e papel toalha.
Caso medidas para regularizar tais situações não sejam tomadas, segundo a Corte de Contas os apontamentos podem resultar até mesmo na reprova das contas municipais.
Merenda
Em relação à merenda fornecida no dia da vistoria, segundo o relatório do TCE “não era a mesma do cardápio”. “Não havia proteína suficiente para a preparação do prato constante do cardápio encaminhado pela nutricionista do município”.
Também foi aponta que “as condições estruturais da cozinha não garantem um ambiente salubre e livre de contaminação, como deveria ser. Verifica-se inúmeras rachaduras nos azulejos, peças faltando, vazamento em sifão, pouca ventilação”.
Outro apontamento envolve as panelas utilizadas, consideradas bastante desgastadas. “Durante nossa vistoria, uma das panelas de pressão utilizadas para preparar a carne do dia ‘estourou’, espirrando água fervente pela cozinha e nos responsáveis pelo preparo”. Situação registrada nas fotografias que ilustram esta reportagem e que foram tiradas pelo TCE durante a fiscalização.
Também foi apontado, “segundo relatos colhidos na unidade escolar, que puderam ser constatados durante a vistoria, a qualidade da carne fornecida pelo município é muito baixa, com alta quantidade de sebo, gordura e nervos e muito pouca carne efetivamente”.
“Podemos verificar pelas imagens dois pacotes de carne moída com tonalidades diferentes indicando, possivelmente, que a carne de tonalidade mais escura pode ter passado por mais de um processo de descongelamento/congelamento”, disse o fiscal da Corte de Contas.
Prefeitura
A reportagem do temmais.com procurou a administração municipal para comentar os detalhes do relatório da fiscalização, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.
*Fonte: temmais.com
**Fotos: TCE/Reprodução temmais.com)