O 26º dia de greve dos servidores públicos municipais, ontem (8), foi bastante agitado. Por volta do meio-dia aconteceu encontro no Espaço Cultural Ezequiel Bambini para discutir as propostas apresentadas pelo deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) no último sábado (6). Depois, o grupo seguiu para o Paço Municipal, onde invadiu o prédio e solicitou reunião com o prefeito Vinícius Camarinha (PSB). No gabinete do chefe do Executivo Municipal, a comissão de greve foi informada sobre a apresentação de novas propostas amanhã (10) à tarde.
O presidente do Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília), Mauro Cirino, afirmou que a Prefeitura prometeu estudar todos os itens da pauta. “Continuaremos em greve pelo menos até a próxima quarta-feira”. Após a reunião com o prefeito Vinícius Camarinha, a comissão de greve realizou uma assembleia no piso térreo do Prédio da Prefeitura e a grande maioria decidiu em continuar mobilizada.
“Sintam-se orgulhosos de verdade. Vamos segurar, vamos aguardar, pensar positivo. São 28 dias de greve até quarta-feira. Estamos vivos, batalhando”, enfatizou o sindicalista ao grupo de servidores que fez plantão na frente da Prefeitura até o término da reunião, por volta das 19h de ontem e gritou ao final: “Servidores unidos, jamais serão vencidos”.
A categoria reivindica reposição salarial das perdas com a inflação de 8,42%, mais 10% de aumento real. Eles ainda pedem a regulamentação da aposentadoria especial, o adicional de periculosidade para quem circula de motocicleta, o pagamento das licenças-prêmio em atraso, a retomada da progressão por mérito, o pagamento de um terço das férias em dinheiro, o depósito dos vencimentos na conta dos servidores no último dia de cada mês – hoje acontece no 5º dia útil – e a volta do gatilho para repor de forma automática as perdas com a inflação seguindo o IPC-Fipe (Índice de Preços do Consumidor – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O Executivo Municipal conseguiu na Câmara a aprovação de projeto de lei para garantir a reposição salarial de 4,5%, que já caiu na conta dos servidores – pelo menos grande parte deles – no 5º dia útil deste mês. O índice havia sido rejeitado em assembleia dos servidores e a partir de então a greve foi deflagrada.
A Prefeitura conta com 5.500 servidores na ativa, seja na administração direta ou indireta, mais 1.500 aposentados e pensionistas do Ipremm (Instituto de Previdência do Município de Marília). Com adesão inicial de 22% de servidores à paralisação, o Sindimmar reconheceu que parte dos funcionários públicos municipais voltou ao trabalho, porém, não soube informar sobre a quantidade de pessoas que continuam em greve. Os servidores da Educação continuam representando a maioria do movimento, iniciado no dia 14 de maio.