Estudantes realizam passeata no centro da cidade reivindicando melhorias no transporte público

Centenas de estudantes das escolas públicas de Marília foram às ruas hoje (12) pedir que o prefeito Mário Bulgareli assinasse um termo se comprometendo a acelerar o processo de licitação do transporte, que atualmente está parado, e a reduzir o preço da passagem que consta no edital de R$ 2,80 para R$ 2,30.

 

Além disso, o movimento, liderado pela UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), entidade que participa do Fórum Social de Marília, protestou contra o aumento do IPTU, o fim do transbordo do lixo, em favor da CPI da Merenda e pediram a solução de diversos problemas que afetam o dia a dia da cidade.

 

A manifestação teve o apoio da MATRA, do Movimento Estudantil da Unesp, da UJS (União da Juventude Socialista), do PC do B, do Sindicato dos Metalúrgicos, da Força Sindical e de diversos servidores públicos e trabalhadores em geral.

 

No início da manifestação, durante a concentração dos estudantes na Praça Saturnino de Brito, localizada em frente à Prefeitura, líderes dos movimentos presentes no ato comentaram duas notas que foram publicadas hoje no jornal Bom Dia de Marília. De acordo com a Coluna Bastidores, um suposto “estrategista do governo Bulgarelli” teria afirmando que acredita que o Fórum Social de Marília é um movimento “vazio e oportunista”, pois tem em sua pauta assuntos muito diversos, e, para ele, só não tem o que mais importa para os próprios estudantes: qualidade de ensino. Além disso, o “integrante da cúpula governista” criticou o horário da passeata (que teve início às 9h). Para ele, os estudantes estariam matando aula.

 

Em resposta, o presidente da UJS de Marília, Marco Aurélio dos Santos, afirmou que qualidade de ensino é merenda digna para os estudantes. “E isso é coisa que você não está fazendo, Bulgareli. A prefeitura possui tamanha incapacidade administrativa que nem consegue fazer uma licitação direito, a do transporte já foi barrada pelo Tribunal de Contas quatro vezes!”, constatou.

 

Sobre o fato dos estudantes estarem “matando aula” para reivindicarem, o secretário da UJS, Luciano Cruz respondeu dizendo: “Hoje a aula é na rua. É uma aula de cidadania”.

 

O presidente da UMES de Marília, João Pedro Nardy, desafiou o prefeito a sair de seu gabinete e ir falar com os estudantes, que reivindicavam a assinatura de um termo de compromisso.

 

Logo após, os manifestantes começaram uma passeata pelo centro da cidade, passando pela Rua São Luiz, e se dirigiram ao Terminal Urbano, onde foram recebidos por policiais com escudos e armados com pistolas de bala de borracha. Não houve confronto e o movimento se dirigiu para a Igreja São Bento.

 

Ao final, quando os estudantes já começavam a se dispersar, o excesso de zelo da polícia quase gerou um grande em tumulto.

 

Segundo relatos, um grupo de três jovens se dirigiu ao terminal para pegar um ônibus para voltar para suas casas, mas a polícia impediu que os estudantes pagassem e entrassem no terminal. Indignado, o grupo barrado informou aos demais manifestantes sobre o ocorrido. O fato gerou revolta e a manifestação se dirigiu ao local onde estavam os policiais, que chegaram a apontar as pistolas de bala de borracha para os estudantes.

Depois de muita conversa e muito trabalho, os líderes do movimento conseguiram segurar os manifestantes e o movimento se dispersou tranquilamente.

 

A MATRA acompanhou toda a passeata e parabeniza os estudantes pelo exemplo de cidadania que deram hoje a todos os cidadãos marilienses.

(VM)