Manifestantes vão às ruas no próximo dia 23 para protestar diante da inércia do Poder Público Municipal
A 3ª Marcha da Cidadania acontece no próximo dia 23, a partir das 9h30, com o tema: “A culpa é de quem?” Os manifestantes querem chamar a atenção para a postura da atual administração municipal de querer jogar a culpa na inoperância dos serviços prestados às administrações anteriores e aos grupos de protesto da cidade, que segundo os atuais gestores teriam se omitido.
“O pior de tudo é que este mesmo pessoal que coloca a culpa nas administrações anteriores faziam parte delas. A sociedade não pode mais aceitar esta situação e precisa cobrar por melhorias na cidade”, salientou o coordenador do Conselho de Leigos da Igreja Católica e um dos coordenadores da 3ª Marcha da Cidadania, Antônio Vieira.
No mês passado,durante sessão solene para a concessão de título de Cidadão Mariliense ao Monsenhor Achiles, o homenageado aproveitou para explicitar os reclames que recebe da população, cansada da inércia do Pode Público Municipal. A fala d’água, buracos nas vias públicas, atendimento de saúde precário e agressão recente a andarilhos – que teriam sido expulsos da cidade, foram destacados pelo líder religioso.
O presidente da Câmara Municipal, Luiz Eduardo Nardi (PR), respondeu na sessão ordinária seguinte à homenagem ao Monsenhor Achiles e ressaltou que a cidade só está assim por conta da omissão dos movimentos sociais, inclusive aqueles coordenados pela Igreja Católica.
De acordo com Antônio Vieira, a intenção é reunir todas as igrejas e diversos segmentos da sociedade para cobrar ações da atual administração municipal. “Está tudo somente na conversa. É preciso realmente combater a falta d’água, tapar os buracos e oferecer atendimento de saúde de qualidade á população”.
A 3ª Marcha da Cidadania terá concentração às 9h30 na Praça Maria Izabel – defronte à Catedral Basílica de São Bento. Os manifestantes vão seguir pelas ruas Nove de Julho, São Luiz, Prudente de Morais e Avenida Sampaio Vidal com manifesto final defronte à Prefeitura Municipal.
Antônio Vieira lembra que a Igreja Católica e outras igrejas cristãs estão fazendo o trabalho que deveria ser do Poder Público. São tantas famílias que estão à procura de clínica para socorrer seus filhos envolvidos com drogas e não têm respostas. Quantos motoristas são vítimas no trânsito em vista das irregularidades das ruas e buracos nas vias públicas? Quantos doentes que pioram sua saúde por não encontrarem remédios nas unidades? Quantos moradores de rua violentados em sua dignidade e maltratados e enjeitados porque sua pobreza depõem contra à cidade símbolo de Amor e Liberdade? Sem falar na insolúvel situação da falta d’água, dilema antigo, com respostas prontas de uma cantilena indesejada: ‘queimou a bomba, queimou a bomba, queimou a bomba’. Tudo isso somado ao descaso com as periferias, tratando-nos como gente de segunda categoria. A essas desgraças todas seguem ainda a ausência de políticas específicas à juventude, às mulheres, aos negros, aos idosos e portadores de necessidades especiais”.
De acordo com o coordenador do Conselho de Leigos da Igreja Católica, política não se faz só com promessas. “É preciso compromisso e ética para fazê-la, e sobretudo diálogo com todos os diferentes segmentos da sociedade. Sem parecer dos usuários vamos continuar assistindo a políticas de experimentações, baseadas em tentativas de acertos e erros. Política é arte de construir alianças em vista do bem comum, superando os erros passados, expurgando os interesses escusos e projetando um futuro melhor, para assim crescer com sua gente”
As duas primeiras edições da Marcha da Cidadania aconteceram nos dias 21 de julho e 7 de setembro.
Fonte: Jornal da Manhã