Alexander Mognon, um estranho no Daem

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Há algum tempo a MATRA – Marília Transparente tem denunciado a indicação de Alexander Mognon, que é suplente de vereador em São Bernardo do Campo, ao cargo em comissão de Coordenador de Gabinete do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília).

Essa nomeação agora gera mais dúvidas e dívidas junto à população mariliense (que é quem paga o salário de tal funcionário) porque uma portaria, publicada no DOMM (Diário Oficial do Município de Marília) no dia primeiro de novembro, exonerou o servidor, porém, no dia seguinte, foi publicada outra portaria revogando a exoneração. Ou seja, é como se a demissão nunca tivesse ocorrido.

Por isso, a MATRA enviou um e-mail e outros dois ofícios ao Daem para saber o porquê da revogação da exoneração; se o servidor exerceu sua função junto à autarquia ou se pediu afastamento ou licença do cargo sem prejuízo de seus vencimentos. Porém, até o momento nenhuma dessas informações de interesse da população mariliense foi respondida.

Diante das denúncias de que Mognon nunca teria assumido o cargo de fato, a MATRA passou a acompanhar o caso. Segundo apurou a entidade, a nomeação deste cidadão a um cargo público em Marília deu-se por indicação do deputado estadual Alex Manente (PPS), que tem sua base política em São Bernardo do Campo.

Durante as eleições municipais do ano passado, o então candidato ao cargo de Prefeito, Vinícius Camarinha (PSB), pediu ao PPS de São Bernardo do Campo para compor a chapa mariliense de seu partido, o PSB. Um acordo feito entre Vinícius Camarinha e Alex Manente garantiu o apoio político entre os partidos tanto em Marília quanto em São Bernardo.

Como Alexander Mognon, que foi candidato a vereador pelo PPS, não foi eleito, o deputado estadual Alex Manente o indicou para exercer algum cargo público em Marília. O agravante desta situação é que essa articulação política garantiu que Mognon assumisse o cargo de Presidente da APEPREM (Associação Paulista de Entidades de Previdência do Estado e dos Municípios).

Ou seja, a nomeação de Mognon a esse cargo só seria possível caso ele exercesse algum cargo público. Foi por esse motivo que houve a revogação de sua exoneração, pois automaticamente, ele estaria impedido de continuar a exercer sua função na APEPREM.

Agora resta saber qual é o interesse na manutenção de Mognon neste cargo. Essa situação se agrava, pois ele é investigado pelo desvio de R$ 112 milhões em São Bernardo do Campo.

Segundo reportagem divulgada na semana passada pelo jornal O Estado de São Paulo, fundos de pensão de servidores públicos estaduais e municipais acumularam prejuízo de R$ 528,17 milhões em aplicações feitas de 2009 a 2013, conforme levantamento do Ministério da Previdência. Esquemas criminosos e adoção de práticas que não observam regras do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central potencializam o rombo. Essas e outras irregularidades colocam em risco o Regime Próprio de Previdência (RPP).