HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE MARÍLIA: UM ANO SEM RESSONÂNCIA?

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Sabe aqueles momentos que dá vontade de gritar o mais alto que puder? Então, foi mais ou menos isso que sentimos quando nos deparamos com a manchete da edição de sexta-feira, 13 de julho de 2018, do Jornal da Manhã, que dizia: “Impasse na oferta de exames prejudica população”.

Indignação que ganhou força ao observar a foto que ilustrou a reportagem, na qual um cartaz – afixado na entrada de um dos serviços de imagem do Hospital das Clínicas de Marília (hospital público, de responsabilidade do Governo do Estado) – dizia: “Ressonância Magnética quebrada. Não há previsão de conserto”. Recado, que estava escrito em letras bem grandes, e ainda grifado no cartaz. Ora, como assim “não há previsão de conserto”? Onde estamos vivendo? Ei! Você aí, gestor público!!! A sociedade está gritando bem alto, e mesmo assim não consegue ser ouvida?

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De acordo com a reportagem já faz um ano que o equipamento, com 13 anos de uso, está quebrado e, portanto, com oferta ZERO de vagas. Na mesma reportagem o Estado alegou que encaminha os pacientes para outros dois serviços (o Hospital da Unimar e a Santa Casa) mas, sem dúvida, a oferta é insuficiente para atender à demanda – que nesse caso é regional. E como ficam os pacientes em situação de urgência?

O fato é que enquanto o governo “empurra o problema com a barriga”, como se não estivéssemos falando de VIDAS HUMANAS, os pacientes tornam cada vez mais longa a fila de espera pela retomada do serviço, “sem previsão”, muito menos esperança.

O pior é que não é a primeira vez que o problema gravíssimo vira manchete nos jornais de Marília e em outros meios de comunicação, mas parece que os sonoros pedidos de SOCORRO da população não podem ser ouvidos “lá de cima” (no topo, onde estão os políticos).

Então, já que não adianta gritar… Não menos indignados, e em defesa da boa aplicação dos recursos públicos – que fazemos questão de lembrar que são frutos dos nossos esforços, dos impostos pagos por todos nós cidadãos brasileiros – a Matra encaminhou, na mesma semana da publicação da reportagem, ofícios a seis órgãos e/ou autoridades que devem zelar pela melhoria da qualidade do serviço de saúde pública no Município, são eles: o Promotor de Justiça da Saúde de Marília; o Presidente do Conselho Municipal da Saúde; o Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo; o Secretário Estadual da Saúde; o Procurador da República em Marília e por fim, o Ministro da Saúde.

Nos documentos, que aguardamos as respostas, a Matra solicita a tomada de providências, com a urgência necessária, principalmente quanto à instauração de procedimentos, visando o restabelecimento do direito social à saúde, que é assegurado pela Constituição Federal. Ressaltando que “a falta de previsão” e, principalmente a demora no reestabelecimento do serviço, constitui grave e desalentadora afronta ao direito à saúde da população.

O custo aproximado de um equipamento novo de Ressonância Magnética é de R$ 3,4 milhões, conforme a mesma reportagem citada no início. Valor baixo se levarmos em consideração o orçamento da Secretaria Estadual da Saúde para este ano (aprox. R$ 22,4 bilhões de acordo com a Lei 16.646/18), e quase que insignificante se lembrarmos de que só em 2018 (até agora) nós, brasileiros, já pagamos mais de R$ 1,2 TRILHÃO em IMPOSTOS!

Ajude a Matra a combater a corrupção e defender a boa aplicação dos recursos públicos, com transparência. Porque Marília tem dono: VOCÊ.