Há várias interpretações sobre a ciência do engano e uma delas é o poder de convencimento que determinadas pessoas tem em fazer os outros acreditarem naquilo que ela está dizendo, mas que ela não fará, ou seja, a sedução via falsas ideias – muito usada no meio político e claro, nem sempre utilizadas por todos, mas por uma boa parte sim, e isso é muito claro na mente das pessoas que estudam essa ciência.
De forma simples e resumida a ciência do engano consiste em alguém premeditadamente fazer outros acreditarem, via suas sugestões, naquilo que estão ouvindo, mas não no que será feito, por isso eleitor fique atento com a concessão do DAEM e este ano teremos novamente eleições para os cargos executivos (presidente e governadores) e legislativos e a próxima, 2024, será eleição para prefeitos e vereadores. “CUIDADO COM A CIÊNCIA DO ENGANO” é uma velha prática que perdura há anos.
Na campanha para prefeito na eleição de 2012, o então candidato Daniel Alonso assinou uma escritura pública, registrou em cartório e em seguida gravou um vídeo que foi publicado nas redes sociais para que todos tomassem conhecimento. Qual o objetivo disso? Sem dúvida ganhar votos e por consequência a eleição para prefeito, o que é legítimo, desde que cumprido o prometido. E o que dizia essa escritura? “QUE O DAEM ERA VIÁVEL”, que se eleito fosse jamais o venderia, privatizaria ou o concederia a quem quer que seja e que o DAEM seria um patrimônio do povo, até porque a água é vital. E ele foi além dizendo que a concessão do DAEM, defendida na época por alguns de seus opositores, resultaria em um “tarifaço”, com aumento de até três vezes a conta de água e esgoto para a população. Veja novamente, está no vídeo logo acima.
Aqueles milhares de votos com os quais o candidato foi eleito, partiram do princípio da crença dos eleitores que tudo aquilo que foi dito sobre o DAEM foi embasado em preceitos prévios tecnicamente analisados, com fundamento nos balanços daquela autarquia, nos relatórios de receitas e despesas e ênfase nos créditos a receber versus dívidas a pagar, na sua liquidez e na sua capacidade de investimentos, no curto, médio e longo prazo, até porque, esperava-se que o candidato, como é de costume na política, tivesse a ambição de ser reeleito, portanto, com tempo de oito anos, suficiente para planejar possíveis anomalias encontradas de gestões anteriores na condução do DAEM e solucioná-las ao longo desses oito anos de governo.
E isso foi feito? A resposta é simplesmente NÃO.
Passados quase seis anos da posse do Prefeito Daniel, a população pura e simplesmente foi surpreendida com um projeto de concessão do DAEM e de que forma? Aquela da velha política, de surpresa, que é para a sociedade não ter tempo suficiente de se mobilizar e reagir. O projeto foi aprovado pela maioria dos vereadores, às pressas, com dez votos favoráveis e três contrários, sem audiências públicas prévias, portanto, sem discussão com a sociedade sobre os custos que ela terá que assumir com tarifas mais caras, sem discussão com os empresários, principalmente o setor de alimentos e, pasmem, referidas audiências só foram marcadas depois da Lei aprovada e por pura pressão do CIESP, MATRA e Sindicato do Servidores Públicos Municipais.
O que chama a atenção nessa vontade do Prefeito em privatizar o DAEM, são alguns fatores somados e não explicados por ele ao longo desses quase seis anos, até porque na campanha ainda como candidato, ele defendeu o contrário, então é natural que a sociedade hoje pergunte: (1) O que o fez mudar de opinião sem nenhuma explicação técnica convincente? Mudar de opinião é uma qualidade que temos, no entanto, cabem justificativas, principalmente de quem foi eleito para administrar os impostos que a sociedade paga. (2) Por que nesses anos todos como prefeito e gestor nada fez para dar transparência ao DAEM, principalmente quanto as contas de água a receber de grandes consumidores, como dito pelo Ex-Presidente do DAEM, em entrevista à MATRA e tornada pública recentemente? Nessa entrevista ele afirmou que o DAEM é viável, basta uma boa gestão para receber os R$ 177 milhões de inadimplência (dados do próprios DAEM – em dezembro 2020) e uma política perene de recebimento de todos serviços prestados. (3) Por que no site do DAEM não há sequer uma informação da situação financeira daquela autarquia? Como acreditar que o DAEM é inviável sem essa transparência em relação às suas contas, ou a palavra inviável está sendo utilizada como “Ciência do engano”, para que o cidadão acredite agora, como acreditou no passado que o DAEM era viável? (4) Por que a concessão do DAEM não passou pelo Conselho Deliberativo para sua aprovação, ou rejeição?
Feitas todas estas perguntas, só resta a sociedade uma hipótese: NADA FOI FEITO PORQUE A INTENÇÃO SEMPRE FOI LEVAR A CABO A CIÊNCIA DO ENGANO, ou seja, vale o que eu digo, não o que é de fato.
Abaixo encontram-se as fotografias de todos os vereadores que votaram a favor do projeto e acima o vídeo com o prefeito em plena campanha em 2012, garantindo que o DAEM era um patrimônio público de Marília e que não seria concedido.
Fique atento cidadão, porque Marília tem dono: VOCÊ.
Saiba mais sobre o assunto nos links abaixo:
http://localhost/matra/o-daem-e-viavel-diz-ex-presidente-o-problema-esta-na-inadimplencia/
http://localhost/matra/quem-vai-lucrar-com-a-possivel-concessao-do-daem-a-iniciativa-privada/
http://localhost/matra/daem-fazer-investimentos-para-depois-conceder-os-servicos-a-iniciativa-privada-contraria-o-interesse-publico/
http://localhost/matra/concessao-do-daem-e-melhor-vender-agua-do-que-ouro/
http://localhost/matra/prefeito-o-povo-nao-e-bobo-audiencia-tem-que-ser-publica-de-verdade/