A Defensoria Pública do Estado ainda aguarda a manifestação da Justiça quanto ao acordo procedido entre o órgão e a prefeitura com relação às famílias do Linhão. A expectativa é que o decreto municipal reservando as casas para os moradores da região seja publicado após aval do judiciário, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Uma audiência pública na última semana entre a defensoria e os moradores do Linhão, definiu que as famílias terão casas próprias asseguradas em um novo conjunto habitacional que está sendo edificado na zona norte. A mudança deve ocorrer em um ano. Os moradores optaram pela área de habitação social no Conjunto Professora Marina Moretti Ferreira por já terem acesso a postos de saúde próximos, a escolas e ao trabalho, entre outros. Segundo previsões da prefeitura, o conjunto habitacional deve ser entregue entre 12 e 15 meses.
Enquanto isso, a maior parte dos moradores deve continuar em suas residências no Linhão. Cerca de cinco famílias, no entanto, deverão ser retiradas imediatamente por conta dos riscos existentes no local. Para isso, a defensoria já acionou o laudo de um engenheiro perito que irá apontar quais casas precisam ser desocupadas já. Neste caso, a prefeitura deve ceder acolhimento institucional aos moradores (com pagamento de aluguel social ou oferta de moradia, por exemplo).
O conjunto Marina Moretti Ferreira terá 494 casas, das quais a defensoria solicitou que 40 fossem reservadas aos moradores do Linhão. A inclusão das famílias deverá ser feita através de decreto municipal, conforme proposta do próprio Executivo. A favela do Linhão fica sob fios elétricos de alta tensão da CPFL, o que põe em risco os moradores do local.
A retirada das famílias foi proposta após a Defensoria ter recebido dezenas de reclamações com relação aos problemas enfrentados no local. As famílias que vivem na região sofrem vários contratempos além dos riscos da fiação. Duas casas chegaram a ser interditadas após temporal em abril deste ano. No local também é comum a água invadir os cômodos, trazendo uma série de transtornos à população local.