Água: o Daem vai ser vendido?

Daem

Marília vive o caos no abastecimento de água há vários meses e mesmo estando há quase um ano à frente da administração municipal, o prefeito Vinícius Camarinha continua reclamando do antecessor, Ticiano Toffoli, a quem acusa de ter abandonado a cidade e deixado dívidas milionárias. Pelo menos esta foi a tônica, mais uma vez, do discurso do prefeito Vinícius ontem pela manhã, durante entrevista coletiva marcada pela assessoria de imprensa.

Na verdade, a choradeira toda foi para justificar o decreto de emergência para o abastecimento de água em Marília, o que isenta a Prefeitura Municipal da necessidade de abrir licitações para compra de materiais, veículos, etc e tal. Assim, o prefeito pode fazer o que bem entender alegando necessidade de investimento para resolver o problema da falta de água. Mesmo porque ele não tem fiscalização nenhuma por parte da Câmara Municipal, onde tem maioria (10 vereadores). Todos os dias dezenas de pessoas reclamam em todos os bairros do drama vivido pela falta de água, inclusive para fazer comida e tomar banho.

Quem tem alguma condição financeira já está apelando para compra de água mineral para cozinhar. Já o banho…!!! Marília nunca esteve tão abandonada no abastecimento de água como acontece agora. Mas, segundo o prefeito Vinícius Camarinha, a culpa é do prefeito anterior, Ticiano Toffoli, apesar de violenta arrecadação de impostos todos os meses, principalmente o extorsivo IPTU. Parece que a tática do “quanto pior… melhor!” está imperando na atual administração e há sérias desconfianças da população de que a intenção é “quebrar” o Daem para depois alegar falta de condições administrativas, o que levará certamente a uma venda da autarquia. Os negócios já estariam bem adiantados com a empresa OAS.

Como o caso ainda está nos bastidores da política local e ninguém assume, não se sabe se a OAS administraria sozinha o Daem ou teria parceiros. Há quem diga que um ou dois políticos de Marília estariam à frente da negociação e seriam, futuramente, os verdadeiros donos. Como se vai alegar que o Daem está “quebrado” então seria vendido por uma pechincha e ainda com direito a pagar em vinte anos ou mais. Mas o prefeito Vinícius Camarinha não fala sobre esse assunto. Ontem, durante entrevista coletiva, a repórter do Jornal da Manhã perguntou a ele se há intenção de privatizar ou vender o Daem. Não disse nem sim, nem não, apenas esbravejou: “o tema em pauta é outro”. Para bom entendedor…

** Editorial do Jornal da Manhã – 18/12/2013